Quando penso em África, vêm-me 3 ideias à mente: quem lá está quer sair em busca de sonhos perdidos, quem está do lado de cá, quer lá ir fazer riqueza e usar aquelas gentes em seu benefício ou ainda empreender uma viagem a África somente para desfrutar da sua beleza, cheiros, iguarias e participar dos usos e costumes dos seus habitantes e trazer memórias inesquecíveis...
“A Acácia Vermelha” é uma peça do dramaturgo Manuel Poppe, que retrata as duas primeiras situações que referi.
Ednilza é uma mulher bonita, jovem, sedenta de novos mundos, novos conhecimentos, assim como de liberdades renovadas. Ailton, é seu amigo e apaixonado, amor este não correspondido por parte de Ednilza. Ailton é conservador, adora a terra onde vive, reconhece os seus poderes, as suas riquezas e a ganância dos outros…No entanto, abandonaria tudo desde que partisse com Ednilza, porém Ailton não faz parte dos seus planos, o seu voo é solitário ou fazendo par com alguém estrangeiro. Quando conhece o Sr. Engenheiro que chega a terras de África (a negócios) Ednilza não tem dúvidas que o seu futuro reside em tamanha excelência! Os sonhos voam altos e incertos, num futuro que deseja ardentemente: jóias, casas…
Ailton, é a voz de África quando refere que os estrangeiros “não trazem nada, levam tudo!” O Engenheiro aprecia a paisagem, a paz, as iguarias, as riquezas… Até aprecia as formas de Ednilza, mas na sua mente o lugar dela é em África e não há lugar para discussões ou reflexões sobre o assunto! Assim, é em África que Ednilza fica: imóvel e fria sob o pranto de todos e até da inquietação momentânea do Sr. Engenheiro…
Esta é mais uma excelente obra de Manuel Poppe que nos relembra a África de ontem e a África de Hoje!
Recomendo!
(Comentário também publicado no viajarpelaleitura)
1 comentários:
Belíssima história!
Isabel
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