Opinião:
Após ler algumas
páginas, este livro fez me recordar um outro que gostei muito, “A Mulher do
Viajante no Tempo” de Audrey Niffenegger. Gosto de livros com histórias
estranhas, diferentes e “A Frágil Doçura do Bolo de Limão” é sem dúvida um
deles.
Esta narrativa anda à
volta de Rose Edlestein, uma menina normal, de Joseph seu irmão mais velho considerado sobredotado,
sem vida social, que tem um único amigo George, e os pais de ambos. A mãe é mulher
frágil emocionalmente instável, um pouco abstraída do que se passa à sua volta,
chega a ser estranha, o pai é um advogado ocupado que vive para o trabalho,
muito distraído, tem fobia de hospitais e ninguém sabe porque.
Quando Rose faz nove anos
a sua vida muda para sempre, descobre ao provar o bolo de limão que a mãe fez, que
tem um dom, dom esse que em vez de saborear cada ingrediente (a farinha, o
açúcar, os ovos, etc) a faz sim perceber que tipo de sentimentos, e emoções a pessoa
estava a sentir no momento que estava confeccionar o bolo, neste caso a mãe. Rose fica assustada com o que acaba de descobrir, será mesmo um
dom ou será uma maldição?
Começa a ter medo
da comida, mesmo fora de casa, pois nunca sabe o que vai descobrir ao saborear, podem ser
sentimentos bons ou maus, pois depende do estado de espírito da pessoa na altura em
que elabora os alimentos, ela descobre as emoções mais profundas de outras pessoas e
segredos ao comer esses mesmos alimentos, algo surreal.
Prefere comer coisas
que sejam feitas em fábricas, que não passem por mãos humanas, passa a evitar alimentos
confeccionados.
O amigo de Joseph,
George, uma personagem normal o único
que realmente ouve Rose, e a entende, o
único a quem ela pode recorrer para pedir ajuda ao longo dos anos. Pois, com os
outros, mesmo com o irmão, ela aprende a manter os seus sentimentos guardados,
uma forma que arranja de sobreviver e não descarrilar nos mistérios e segredos
da sua própria família, todos carregam consigo uma dor oculta, angústias, mas ninguém
fala sobre isso, fecham-se na sua concha, Rose testemunha o caos em torno de sua família.
A acrescentar a tudo
isto ainda temos a estranha história do seu irmão, o seu misterioso hábito de
desaparecer.
Pode parecer
estranho, e é de facto, mas a autora com seu estilo de escrita muito própria,
torna esta narrativa fluída, conseguiu captar-me a
atenção de uma maneira que me prendeu
ao livro, vamos lendo sem dar por isso, desliza-se neste enredo. Embora houvesse
momentos tristes, é uma excelente história,
com elementos "mágicos", é refrescante, queria muito saber como seria
o final do livro, como terminava, e o desvendar de onde vem o dom, será de família? Será que mais alguém carregou consigo esse ou outro dom? Terão de descobrir lendo.
Em suma trata-se de um livro sobre como as pessoas se amam e agem de forma
diferente das outras, que nos leva a um pouco de reflexão e introspecção. Uma leitura especial sem dúvida.Gostei muito, recomendo.
2 comentários:
Olá Odete, este livro quando saiu chamou-me a atenção pela sua capa e pela sinopse :)
Escusado será dizer que o teu comentário deixou-me ainda mais curiossa :P
Talvez nao tenha lido com atenção, apesar de ter lido este livro de forma viciada, mas não entendi a capacidade do irmão...
Podia dar-me uma ideia? ;)
Ana.
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