Opinião:
Sou completamente
fascinada por livros sobre a Primeira e Segunda Guerra Mundial, não resisto a
ler, têm sempre tanto para nos contar, e por mais que leia continuo sempre a
ficar surpreendida com as atrocidades que eram cometidas, mas no meio disto
tudo havia sempre alguém que se destacava pelo seu lado humanitário, mesmo com
os inimigos.
Este livro é baseado na
história do avô do autor, uma narrativa passada no pós-guerra, quando os ingleses invadem a Alemanha para repor a paz,
reconstruir o país e libertarem o povo dos nazis.
O Coronel Lewis Morgan tem
como missão restabelecer o país que ficou um caos, e todos os oficiais tem
direito a requisitar casas dos moradores na localidade onde ficavam destacados,
sendo que os donos eram expulsos após a sua apropriação, mas o Coronel Morgan toma uma resolução inédita,
ele permite que o dono da mansão continue a morar no andar de cima, ninguém
estava à espera de tal atitude, nem o alemão, nem os outros oficiais que acham
que está abrir precedentes.
Uma mansão que pertence
a um arquitecto Lubert que vive com a filha Freda, uma adolescente problemática,
a mulher desapareceu durante um dos bombardeamentos.
A esposa do Coronel, Rachael quando chega com o filho de ambos Edmundo de onze anos, não vê com bons olhos o
facto de viver debaixo do mesmo tecto com o inimigo.
A esposa é uma mulher
abatida sem vida, já teve a sua cota parte de sofrimento, ela não vive,
sobrevive, está presa ao passado, a perda do filho mais velho abalou-a profundamente, precisa
de algo que a faça despertar de novo para a vida.
E é através destes
personagens e do seu quotidiano que o autor retratou a vida de tantas pessoas,
que além de terem visto o seu país ficar devastado, ficaram também com marcas emocionais e fisicas para sempre, e mostra-nos como é que dois povos tão diferentes um do outro tentaram
lidar com tudo isto, dá-nos uma visão do ponto de vista de ambos.
Dá-nos a conhecer uma
Alemanha que perde tudo, o seu povo passa fome, frio, as necessidades mais
básicas foram-lhes negadas, as crianças órfãs com aparência de andrajosos andavam pela rua a
roubar, pedem cigarros para trocar por
alimentos.
Mas este homem Morgan
destacou-se por marcar a diferença, pela sua bondade, pelo seu altruísmo, por
ver sempre o lado positivo das pessoas, por ajudar quem precisava, fazia
com que tivessem esperança e vissem uma luz ao fundo do túnel, num país que não é o seu, onde um
povo desmoralizado com a devastação, está cheio de ressentimentos, um povo faminto e completamente
exausto, que tenta sobreviver um dia de cada vez, no meio disto tudo ele dá-nos uma lição de vida.
Uma narrativa sem dúvida comovente
e tocante, rica em personagens, sentimentos, fala-nos sobre a perda, a culpa e
o perdão, mas também sobre a amizade. Um romance muito bem escrito, marcante, que vamos desfolhando e apreciando ao longo das suas páginas.
Um livro que nos deixa a reflectir. Muito bom.
Pode ver o livro O Despertar do Mundo aqui
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