Opinião:
Este é o segundo livro
de uma trilogia sobre Maria Antonieta, arquiduquesa da Áustria, que casou com o delfim
de França Luís XVI, neste livro vamos continuar a acompanhar este casal tão
peculiar amam-se, mas, não conseguem consumar o casamento, algo impede Luís XVI
de o fazer. Mas o Rei tem um enorme amor pela sua Toinette como tão
carinhosamente lhe chama, sempre fez tudo para a agradar, mesmo quando
Maria Antonieta foi irresponsável nos
gastos para seu belo prazer.
Mais uma vez a autora
transporta-nos para dentro de um mundo à parte, o de uma corte, onde os hábitos
e costumes de Versalhes eram tão diferentes dos da Áustria, era normal existirem os
boatos, as intrigas, os escândalos e mexericos, e a agravar tudo isso, o ódio dos Franceses pela Áustria, fazia com
que não gostassem da Rainha, criticavam-na por tudo o que fazia, mesmo quando
praticava o bem. Pois era uma jovem que se preocupava com os mais
desfavorecidos, tentando sempre ajudá-los, mas mesmo assim viravam-se contra
ela e acusavam-na de influenciar o Rei na politica. O facto de ambos serem tão jovens e inexperientes fazia com
que sentissem muita dificuldade em
governar o país, precisavam de conselhos e directrizes para o fazerem da
parte de pessoas que lhe fossem leais.
Sem duvida que a autora
fez um trabalho magnifico ao apontar e realçar as qualidades e os defeitos da
Rainha e também do Rei, mas explicando sempre os motivos para os mesmos.
Acompanhamos a correspondência entre Maria Antonieta e a mãe que a aconselhava através das cartas que trocavam e mais tarde com um dos irmãos. Ambos estavam bem cientes do que se passava dentro da corte
Francesa e das extravagancias da Rainha.
Sempre que leio um
romance histórico não deixo de ficar surpreendida com os costumes da época, neste caso em França em 1774, já davam muito
atenção à moda, tudo o que a Rainha usasse mais tarde era copiado, desde as
jóias, aos vestidos vaporosos, aos penteados do mais extravagante que se possa
imaginar, as descrições de alguns desses penteados ainda me fizeram rir.
Facilmente percebemos que foi uma época de muito divertimento e satisfação para a Rainha que adorava divertir-se com os amigos em
bailes, jogar às cartas até altas horas, coisas que o Rei Luís XVI dispensava, ele gostava de caçar e de ofícios
manuais, portanto não lhe fazia companhia, mas também não a privava de o fazer. Mas esses pequenos prazeres fizeram com que a Rainha sofresse muito durante o seu reinado, além de
a magoarem com boatos, não conseguia dar um herdeiro ao Rei uma vez que o mesmo
levou sete anos até consumar o casamento.
Quando finalmente conseguiu ser mãe, conhecemos outra faceta da sua vida, foi uma alegria, mas também lhe trouxe dissabores
e sofrimento, ao contrário das outras rainhas, esta era uma mãe dedicada,
carinhosa, que adorava estar com os filhos, abdicou dos seus prazeres pessoais
para se entregar à educação dos mesmos. Mas ambos amavam os filhos, isso está está bem patente nas páginas do livro.
"O
facto de ambos serem pais sentimentais e vulneráveis, tornava-os quase anormais,
no caso dos casais reiais, mesmo na Idade do Iluminismo".
Também ficamos a saber
que teve um afair, uma paixão inabalável, mas nunca deixando de amar o seu
marido o Rei. A forma como a autora o descreve, é impossível condenar a a
Rainha por tal acto.
E entretanto no meio
disto tudo deu-se a Revolução Francesa, mais um revés no reinado de Luís XVI e
Maria Antonieta.
A autora fez um
trabalho de pesquisa fantástico sobre a vida de Maria Antonieta, tecendo uma narrativa onde transmite aos seus leitores o mais fiel possível sobre uma época cheia de detalhes, desde os cenários, às personagens é tudo tão bem descrito, que
é impossível não gostarmos desta história, e não se criar empatia por Antonieta, fico aguardar o terceiro livro, para saber mais sobre o reinado desta personagem tão cativante. Uma leitura excelente para quem gosta de um bom romance histórico.
Pode ver o livro aqui
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