Para Mário Zambujal, o
mais importante é saber que os leitores se divertem com os seus livros. É
nisso que se concentra quando agarra na caneta e se põe a imaginar
peripécias, enredos e personagens. Serpentina não fugiu à
regra: eis um supremo divertimento em que a imaginação e o humor se
entrelaçam com a reflexão e a emoção, para descobrir a partir de dia 8
de Outubro.
Outra
das minhas mal conhecidas virtudes é a capacidade de rir dos meus
próprios desastres. (…) Ainda não eram as sete quando espirrei sob o
duche frio e comecei a rir de tanto nervosismo nos preparos para
conhecer de perto uma desconhecida.
Escanhoo-me com lâmina em estreia, massajo a cara com afetercheive, o
tronco, os braços, e as pernas não ficam sem bodimilque. Quanto ao
vestir, hesito entre jines e chortes a condizer com a tichârte, mas
concluo que indispensável é o blêizer e acompanhado por peças a que se
dá os estranhos nomes de calças e camisa.
No
novo romance do autor acompanhamos as reviravoltas da vida de Bruno
Bracelim – primeiro a partida da família para o Canadá, quando ainda
menino, e depois um acidente de trânsito, já em adulto – e divertimo-nos
com as situações armadilhadas de um destino tão imprevisível quanto
animado.
A poucos dias de soprar
as sete velas, o seu destino sofreu um entorse. A família partiu para o
Canadá e ele, criança enfermiça, ficou a cargo dos desvelos da madrinha
Henriqueta. Chegado à idade adulta, solteiro e bom rapaz, passa as
noites no terraço da sua casa, saudando a lua e adivinhando ao longe,
noutro terraço, os contornos de uma esguia figura de mulher, enquanto
persegue durante anos a fio uma obsessão: a demanda do rosto feminino
insuperável. Mas não há bela sem senão. E o destino prega-lhe outra
partida. O que parecia ser um mero encontro profissional acaba por se
transformar num estranho caso. Uma avaria no seu mini e uma pancada de
um jipe com uma mulher enigmática é o princípio de uma trama que o
levará a situações nunca imaginadas.
E
tudo o que parecia previsível, exato, perfeito, como um relógio suíço,
acaba por se transformar num enredo de acasos em que a realidade
ultrapassa a ficção a provar que nada é mais imprevisível do que o passado.
O novo livro de Mário Zambujal será apresentado por Nuno Markl, no dia 16 de Outubro,
quinta-feira, às 18h30, na Fnac do Chiado. Até lá.
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