Opinião:
Tal como o próprio
titulo do livro indica esta é uma história “peculiar” de um carteiro solitário,
com uma vida monótona, Bilodo, não tem amigos, apenas sai de vez em quando com
um colega, mas Bilodo esconde um segredo, no trabalho ele intercepta cartas
durante um dia, e a sua ocupação há noite é preenchida a ler a correspondência
de outras pessoas, absorve o que escrevem e imagina como serão as suas vidas, sente
uma necessidade premente de ler abstraindo-se
do mundo lá fora, a sua curiosidade não tem limites.
Até uma certa noite, em
que lê uma carta cujo o seu conteúdo é somente poesia japonesa, haiku, de uma
mulher de nome Ségoléne dirigida a um professor, Grandpré, e fica tanto
intrigado como fascinado, mesmo obcecado com o seu conteúdo, ambos se
correspondem somente através de haiku, algo que Bilodo desconhecia que existia.
Bilodo absorve e
memoriza as palavras de Ségoléne ao
ponto de se apaixonar por esta mulher mesmo não a conhecendo, imagina-na e
ama-a através da poesia.
Quando ocorre um
trágico acidente em que Grandpré morre atropelado, Bilodo faz tudo ao seu
alcance para tomar a identidade do mesmo, não quer que Ségoléne saiba, para
isso tem que começar a escrever haiku para se fazer passar pelo professor.
Essa sua paixão, obsessão
por uma mulher que não conhece, mas que o deixou completamente apanhado através
da poesia, é o que o impulsiona na sua metamorfose que vamos assistindo ao longo desta leitura cheia de reviravoltas.
Trata-se de um livro
pequeno sobre uma história de amor estranha, surreal, nascida através do
interesse pela poesia japonesa, com algumas nuances de humor à mistura, em que
o autor deixa na mente do leitor muitas questões por responder.
Uma narrativa sem
dúvida diferente, intrigante, surpreendente, sobre segredos, obsessão e essencialmente sobre o amor.
Um livro cativante, cheio de imaginação que se lê numa tarde.
Exemplo de haiku:
O Sol irrompe,
trepa no horizonte,
bola dourada
0 comentários:
Enviar um comentário