Opinião:
Obrigada Pat por ter enviado o seu livro O Pijama da Gata, uma leitura que foi
uma agradável surpresa, uma
narrativa que envolve logo nas primeiras páginas.
Os protagonistas Jonah
e Crystal Philips, ambos ligados ao mundo artístico, conhecem-se na cidade do
amor, das luzes, Paris, uma cidade que quero muito conhecer, por isso
esta narrativa começou no melhor ambiente possível.
Jonah vai assistir juntamente
com a sua namorada à peça Cat’s Pajamas,
da qual a actriz Crystal faz parte e fica arrebatado pela sua beleza, quando retorna a
Nova Iorque, Jonah que tem uma relação estável com Sarah, vê-se a pensar
constantemente na actriz, mas o que era uma mera admiração torna-se aos poucos
algo obsessivo, o que faz com que ele a comece a assediar para se conhecerem
melhor. Acabam por se envolver e ter um
relacionamento onde impera a paixão e a atracão física, acaba mesmo por se tornar numa relação muito complexa, em algo possessivo.
Crystal gosta de música
e vai colocando vinis no seu gira discos a tocar, o jazz faz parte do reportório, é normalmente a música de pano de fundo, onde cria o ambiente certo para as
suas divagações, os seus delírios, tornando
esta personagem tão enigmática e difícil de perceber.
Já Jonah vê-se numa
situação em que os seus conflitos internos o fazem reflectir e pensar o quão errada é
esta relação, mas é algo tão fora de controle dele que assim que pensa
em Crystal esquece tudo.
É fácil ficarmos presos
com o enredo criado em volta destes personagens, com a sua relação algo conturbada, mas com os
quais não cheguei a criar empatia, acabei por gostar mais de Sarah uma personagem
madura, com os pés assentes na terra.
Trata-se de uma história de
amor doentio, que nos faz reflectir e perguntar - Pode uma relação sobreviver a
uma atracção física arrebatadora? A uma paixão que consome e não se consegue
ver mais nada, a não ser o lado carnal? Dificilmente, mas é algo que pode
acontecer a qualquer um.
Tal como no teatro a
vida é uma ilusão, como Charles Chaplin disse – “A vida é uma peça de teatro que
não nos permite ensaios”, nem sempre controlamos os nossos sentimentos. E esta
relação mostra bem o declínio dos personagens à medida que avançam nela, torna-se
doentia, por vezes tinha vontade de abanar os personagens para que mudassem a
sua atitude, a sua maneira de agir, o que quer dizer que a autora conseguiu-me
tocar.
Gostei da escrita da
autora, é directa, fluída, gostei do enredo sobre a complexidade das relações
humanas, é uma narrativa intensa, onde somos arrastados por uma panóplia de sentimentos, como a paixão, a obsessão, a
solidão, a insegurança. Um livro que recomendo. Espero que continue a escrever.
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