Opinião:
O livro Crime num Quarto Fechado, pertence à colecção
Crime à Hora do Chá, ao contrário dos outros livros este foi escrito por um autor contemporâneo, mas enquadra-se perfeitamente nos policiais clássicos, pois foi
escrito dentro dos mesmos moldes.
O enredo decorre em Oslo, no ano de 1968, Harald
Olesen antigo herói da resistência a Hitler, é morto no seu apartamento, mas não
encontram a arma do crime, nem entrada do mesmo foi forçada.
O responsável pela investigação é o jovem detective inspector Kolbjørn Kristiansen, que se vê a braços
pela primeira vez com um homicídio, depressa se chega à conclusão que o crime
só pode ter sido cometido por um dos moradores, ou por alguém conhecido da
vitima, ocorreu num prédio pequeno, com poucos inquilinos, onde todos se conhecem.
Muito ao jeito de
Agatha Christie, o detective inspector vai conduzir esta investigação através de
um interrogatório minucioso a cada morador, acabando por
descobrir que de uma maneira ou de outra todos eles guardam segredos que não querem
ver revelados, no fundo ninguém é o que parece.
O detective inspector vai
contar com a preciosa ajuda de uma jovem confinada a uma cadeira de rodas, Patrícia Borchmann
acérrima fã de Agatha Christie, que demonstra uma inteligência e perspicácia acima
do normal, pois apenas com base naquilo que o detective lhe vai narrando dos
interrogatórios, Patrícia vai sempre colocando perguntas muito pertinentes que não
passariam pela cabeça deste detective pouco dotado.
À medida que avançamos
na leitura temos a percepção de que o autor criou um enredo elaborado em torno de todos
os inquilinos do prédio, ao tornar todos suspeitos do crime, pois conforme se vai conhecendo
as pessoas através dos interrogatórios, começa-se a pensar que qualquer um deles tem motivos
para ter perpetuado o crime. É isso que nos envolve
nesta leitura, o querer descortinar quem é o assassino, mas somos constantemente
deixados na dúvida com as muitas reviravoltas.
As pistas vão sendo
apresentadas de uma forma clara através do raciocínio lógico de Patrícia,
pormenores revelados que nos fazem desconfiar constantemente de um ou de outro
morador, mas só quando as peças se encaixam é que tudo faz sentido, alguém
muito astuto e inteligente esteve por detrás deste homicídio.
O autor brindou-nos com
um policial clássico muito bem escrito, com um enredo intrigante e de uma certa
complexidade, pois o crime cometido não é de fácil resolução, o passado e o
presente interligam-se, reportando-nos à 2ª Guerra Mundial, onde o envolvimento
de certos personagens e os traumas consequentes da mesma deixaram marcas
profundas.
Crime
num Quarto Fechado, consegue captar e prender a nossa
atenção do inicio ao fim, um livro em que Hans Olav Lahlum se inspirou na história de sua tia Dagmar Lahlum e da sua vivência durante a 2ª Guerra
Mundial, para o escrever. Muito bom.
«Depois de eliminarmos o impossível, aquilo que restar, por mais improvável que
seja, tem de ser a verdade». Sherlock Holmes
2 comentários:
Olá,
Não conhecia este autor nem o livro, gostei muito da tua opinião.
Boas leituras.
Obrigada Carla,
para quem gosta do género é muito bom este livro,
beijinhos
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