Opinião:
Ler um
romance clássico não tem nada a ver com outros géneros literários, são narrativas à parte de tudo, sou fã assumida de Jane Austen, mas não tinha tido oportunidade de ler Sensibilidade e Bom
Senso, um livro escrito em 1811, a sua primeira obra, uma narrativa passada numa
zona rural tipicamente inglesa, numa época onde se dava valor ao casamento, sendo
este o tema focal do livro, transmite-nos o retrato de uma sociedade que vivia
de aparências, da moral e bons costumes, mas principalmente dos bens materiais,
que estavam acima de outros valores.
Nunca um titulo de um
livro me pareceu tão adequado como este, pois sensibilidade e bom senso predomina
durante toda a narrativa.
Conta-nos a história de duas irmãs com
personalidades completamente distintas, as irmãs Dashwood. Elinor a mais velha é sem dúvida
a quem se aplica o bom senso, é ponderada nas suas palavras e acções, demonstra
ser uma pessoa madura, ajuizada, mais recatada e controlada nas suas emoções. Já
Marianne demonstra ser muito sensível,
não se importa de manifestar as suas emoções de forma intensa, diz o que
sente e pensa sem reflectir. Podemos confirmar exactamente isso quando ambas são
confrontadas com problemas, na forma
como cada uma reagem perante os mesmos.
E isso manifesta-se precisamente
quando ambas se apaixonam, precisam de estabilidade financeira pois vivem apenas
com a mãe e uma irmã mais nova, órfãs de pai, é necessário arranjarem um
casamento conveniente, mas ao terem que se mudar para o campo, ficam limitadas
nas suas escolhas, vão conhecer e fazer novos amigos nesta localidade, mas demonstram ter mais senso-comum que as restantes personagens, na forma como se
abstém de fazer parte das intrigas e dos mexericos que os outros tanto gostam.
As irmãs não compactuam com esta sociedade de interesses, românticas acreditam num casamento que se rege por amor e não por outros valores, como pelo dinheiro ou por uma posição mais elevada.
De forma graciosa como
nos habituou a autora retrata uma época única, sentimos ao longo da
narrativa que Jane faz duras criticas à sociedade e aos seus costumes de uma maneira muito directa, onde a aparência contava mais que os sentimentos,
esses eram colocados em segundo plano.
Com uma escrita bastante
descritiva, desperta emoções em quem está a ler, criou personagens únicas, bem construídas, com carácter, demonstrando a complexidade dos sentimentos do ser humano e da sua relação com os outros. Fiquei rendida a mais uma obra desta magnifica autora.
Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro Sensibilidade e Bom Senso
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