Opinião:
Lesley Pearse
conquistou-me já há alguns anos, com as suas histórias em que normalmente retratam mulheres fortes,
corajosas, sofredoras, que encobrem segredos sobre o seu passado. Se fosse pelas capas talvez não tivesse lido os seus
livros, enganam, porque na essência são narrativas bem construídas.
De Amor e de Sangue não
foge à regra, tem como protagonista a jovem Hope, nascida no meio
aristocrático, mas de uma relação extra conjugal, em segredo acaba por ser
criada como filha no seio de uma família pobre que mal tem para sustentar os
muitos filhos que lhe enchem a casa. E como é habitual nos seus livros
assistimos ao desenvolvimento e crescimento desta personagem feminina cuja a
vida será moldada pelo percurso e traumas que a vida lhe vai apresentando.
Tendo como cenário
Inglaterra no século XIX, assistimos às discrepâncias existentes entre pobres e
ricos, as diferenças sociais eram bem visíveis, enquanto os ricos viviam na
opulência, mesmo ao lado os pobres viviam miseravelmente sem conseguirem dar de
comer aos muitos filhos que tinham, e foi nesse meio que Hope foi criada.
E é em torno da vida
desta personagem feminina Hope por quem facilmente criamos empatia, que a
autora desenvolve um enredo pejado de aventuras e desventuras, Hope vai sofrer
com as amarguras da vida, mas também pelas que lhe são infligidas, vão
obriga-la a despertar para a vida, sofrendo na pele, muitas vezes para não
prejudicar os que ama. Também quero realçar outra personagem feminina que
gostei muito, a Nell, pela atitude e postura que teve ao longo da vida perante
Hope.
Somos levados também à
frente de batalha da Guerra da Crimeia, ao cerco a Sebastopol, que causou a
morte a tantos soldados, quer nas trincheiras, quer pelas doenças que grassavam
na época e para as quais não havia tratamentos. Claro que esta parte da guerra
foi a que gostei mais de ler.
É fácil viajar com esta
autora através das descrições dos cenários de época, dos personagens
cativantes, e embarcar num livro que apesar das suas seiscentas e muitas
páginas se lê num ápice, através da escrita fluída da autora que tem o dom de
nos envolver com enredos emocionantes, cheios de reviravoltas que nos prendem
do inicio ao fim. Muito bom, recomendo.
(Lido em 2015)
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