Opinião:
Confesso que quando o
livro apareceu de surpresa cá em casa, gostei da capa, porque gosto e colecciono post-its, mas, por outro lado,
fiquei apreensiva, o titulo..., pensei que ia pegar num
livro algo lamechas, romântico, focado para adolescentes, é realmente um
romance contemporâneo, new adult, mas a autora aborda temas sérios, bastantes
sensíveis, sobre doenças mentais, como a depressão, bipolaridade, tendência para o suicídio.
Nesta narrativa temos dois
protagonistas principais, Violet Markey e Theodore Finch, ambos com problemas
interiores, ambos lutam contra os seus demónios pessoais. São eles os narradores
desta história, e é do seu ponto de vista, em capítulos alternados que acompanhamos o que se passa nas suas mentes,
nas suas vidas, aquilo que sentem.
Finch, é um rapaz que sofre de depressão, de bipolaridade, vive
fascinado, obcecado pela morte, mostra-nos que não é um rapaz qualquer,
problemático, já teve a sua cota parte de sofrimento que lhe foi infligido, mas
talvez seja por isso que tem uma maturidade que não é normal na sua idade, (já
vi isso acontecer com jovens que precisaram crescer rapidamente devido às
vicissitudes da vida).
Violet que parece à
partida uma rapariga equilibrada, de quem todos gostam, também ela sofre de
transtorno de estresse pós-traumático, não está bem desde que sofreu a perda de
alguém muito chegado, e mostra que não consegue ultrapassar essa dor.
Violet e Frinch vão-se
cruzar e ficar ligados um ao outro de forma gradual, vão apaixonar-se sem
pressas, e Frinch vai tornar-se para Violet naquela pessoa que ela tanto
precisava para sair do fundo do poço. E é isso que torna este
livro comovente, a forma como Frinch quer resgatar Violet do fundo, fazer
com que sinta vontade de viver de novo. A maturidade de ambos na “relação” que
acabam por ter, é o que mais surpreendente, pois ambos querem o melhor para o
outro, ao invés de pensar em si próprios, em especial Frinch.
São pequenas coisas que fazem deste livro muito mais do que uma história de amor redentora entre dois
adolescentes, causa impacto em quem está a
ler, a carga emocional que transmite desperta no leitor uma panóplia de
sentimentos, faz-nos reagir durante a leitura, fez-me sorrir algumas vezes,
reflectir, ficar triste e emocionar-me com este dois personagens por quem sentimos empatia.
Fala-me de Um Dia
Perfeito é um livro
bem escrito, tocante.
(Gostei imenso das
citações de Virgínia Woolf, uma autora que gosto muito)
(Lido em 2015)
(Lido em 2015)
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