20/02/2019

O Dia em que Perdemos a Cabeça, de Javier Castillo


Opinião:
O Dia em que Perdemos a Cabeça, tem um inicio macabro, um homem nu caminha pelas ruas da cidade de Boston com a cabeça de uma mulher nas mãos, algo surreal, ninguém sabe quem é o homem, nem de quem é a cabeça. O homem é levado para uma instituição psiquiátrica, onde o  director Dr. Jenkins em conjunto com Stella Hyden, agente do FBI, tentam deslindar o que está por detrás, mas o problema é que o homem fala através de enigmas.
É narrado através de espaços temporais que tanto aprecio, ora estamos em 2013, ora somos levados no capitulo seguinte a 1996, mas, neste livro isso fez-me ficar meio perdida na história, a tentar interligar, a tentar encaixar as peças, pois o autor faz-nos dar voltas à cabeça, com as reviravoltas e a sucessão de acontecimentos estranhos, bizarros que se vão desenvolvendo ao longo do livro, houve momentos que nem sabia muito bem o que estava acontecer, deixavam-me simplesmente baralhada, com imensas perguntas na mente, talvez seja esse o objectivo do autor, se for conseguiu. A forma como o enredo se desenvolve é complexo, não é nada fácil descortinar, e tem algumas incongruências, com algumas partes sem sentido, que não o tornam tão credível, mas nunca deixei de ficar intrigada com esta trama. Quanto aos personagens de mente perturbada, escondem segredos, nenhum deles é confiável, nenhum deles gera empatia, o que leva o leitor ficar em permanente alerta.
É uma leitura que tem que ser feita com atenção para não se perder o fio à meada, pois envolve vários personagens e os saltos temporais requer que fiquemos atentos, faltaram pormenores fulcrais para que tanto o enredo como os personagens brilhassem mais,  mas não me tirou de maneira alguma o suspense nem o interesse durante a leitura, pois ficava sempre com perguntas na mente, o que me fazia virar as páginas. Ponto negativo, não gostei da escrita do autor, mas, não deixa de ser um thriller diferente, original, de ritmo acelerado, os capítulos curtos deixam-nos sempre na expectativa, ficaram pontas soltas, e o final, esse leva-nos a 2014, o que me deixou super curiosa, quiçá vai ter continuação, espero que sim. Gostei.



0 comentários: