Com
apenas 21 anos, Célia Correia Loureiro publicou, em 2011, o seu primeiro
romance, Demência, uma história de violência sobre mulheres que deixou uma
marca em todos os que a leram e que regressa agora às livrarias, com o selo da
Coolbooks, numa edição revisitada, que promete surpreender e conquistar novos e
antigos leitores.
Embora tenha começado a
ser escrito há mais de dez anos, este romance podia ser motivo de reportagem de
uma das mais recentes edições de um jornal ou programa informativo, não fosse a
violência doméstica um dos temas que dominam tanto a atualidade noticiosa como
a trama de Demência.
Letícia era, até matar
para sobreviver, vítima de um marido agressor. Olímpia é a sua sogra, mãe de um
filho único, desejado e querido, e também ela vítima: de um homem violento no
passado e de demência no presente. As duas reencontram-se quando a primeira
regressa à pequena aldeia onde nasceu para prestar assistência à sogra e
enfrenta a hostilidade dos aldeões, que não lhe perdoam pela morte do marido.
Determinada a não
perpetuar a sua condição de vítima, agora da marginalização e assunção de culpa
imposta pelos aldeões, Letícia procura encontrar o seu espaço na comunidade,
enquanto ajuda Olímpia a fazer as pazes com o presente. Nas relações que deixaram
no seu passado, as duas mulheres conquistam a aceitação e encontram um futuro.
Através das conturbadas
vivências de Letícia e Olímpia, Célia Correia Loureiro confronta os leitores
com um Portugal inflexível, hermético, por vezes ignorado, e que continua a
castigar as vítimas de violência.
SOBRE O LIVRO
Demência -Numa pequena aldeia
beirã, duas mulheres de gerações diferentes leem o seu destino nas mãos de um
mesmo homem: Letícia foi vítima de um marido ciumento e manipulador, e Olímpia
é a mãe extremosa desse agressor.
Mas quando Letícia
regressa para assistir Olímpia, aos primeiros sinais de demência, os traumas
que traz na bagagem ameaçam estilhaçar o silêncio conivente dos aldeões. Ainda
que ostracizada, Letícia esforça-se por esquecer os tumultos do seu casamento,
enquanto Olímpia pede ajuda ao amigo de infância, Sebastião, para reconstruir
as próprias memórias e entender o que se passou com o seu único filho.
Demência traz-nos,
através das vivências destas duas mulheres, a dura realidade de um Portugal
rural e ainda tendencioso, e faz-nos repensar o significado de família e de
comunidade, de inocência e de culpa.
SOBRE A AUTORA
Célia Correia Loureiro - Nasceu em Almada, em
1989. É Guia-Intérprete Nacional e Técnica de Turismo. Fala Italiano, Inglês e
Francês. Gosta de gatos e de crepes com Nutella. De todas as cidades que
visitou, é por Siena que morre de amores. De todos os autores que leu, destaca
John Steinbeck por As Vinhas da Ira, e está sempre disposta a dispensar mais
quatro horas da sua vida ao visionamento de E Tudo o Vento Levou. Demência foi
o seu primeiro romance publicado, em 2011. É um livro que continua a ser-lhe
muito próximo, por ser um grito de revolta contra as circunstâncias da mulher
portuguesa no século XX, e da mulher ainda vulnerável, isolada e silenciada
pelos bons-costumes, no mesmo contexto de ruralidade, em pleno século XXI.
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