Manhã Cinzenta- Natália Correia
À partida de S. Miguel
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Ai madrugada pálida e sombria
em que deixei a terra de meus pais...
e aquele adeus que a voz do mar trazia...
dum lenço branco, a acenar no cais...
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O meu veleiro - era de espuma fria-
levava-o o fervor dos vendavais.
À passagem gritavam-me: onde vais?
Mas só o meu veleiro respondia.
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Cruzei o mar em direcções diferentes.
Por quantas terras fui, por quantas gentes,
nesta longa viagem que não finda.
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Só uma estrada resta - mais nenhuma:
na Ilha que o passado envolve em bruma,
um lenço branco que me acena ainda...
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in Portugal, Madeira e Açores,
Abril de 1946
1 comentários:
Os Açores, essa terra que é poesia...
E a grande Natália Correia! Assim até eu gosto de poesia :)
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