30/05/2010

Manhã Cinzenta- Natália Correia

À partida de S. Miguel . Ai madrugada pálida e sombria em que deixei a terra de meus pais... e aquele adeus que a voz do mar trazia... dum lenço branco, a acenar no cais... . O meu veleiro - era de espuma fria- levava-o o fervor dos vendavais. À passagem gritavam-me: onde vais? Mas só o meu veleiro respondia. . Cruzei o mar em direcções diferentes. Por quantas terras fui, por quantas gentes, nesta longa viagem que não finda. . Só uma estrada resta - mais nenhuma: na Ilha que o passado envolve em bruma, um lenço branco que me acena ainda... . in Portugal, Madeira e Açores, Abril de 1946

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1 comentários:

Unknown disse...

Os Açores, essa terra que é poesia...
E a grande Natália Correia! Assim até eu gosto de poesia :)