A minha opinião:
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O Museu da Inocência de Orhan Pamuk, conta a história de amor e sofrimento entre Kemal e Füsun. A história de um amor que Kemal julga passageira, um capricho que só depois percebe o quão importante para si é aquele amor, aquela mulher, aquele corpo.
Por todo o romance desfilam usos e costumes de Istambul, uma sociedade que prima pelas aparências, cujos costumes são rígidos e intransponíveis, levando a que os membros desta tomem opções que de outra forma não o fariam. Opções, muitas vezes erradas em prol da cultura em que vivem
Para preencher o vazio de já não ter/possuir Füsun, Kemal, aos poucos, vai construindo o museu que dá nome ao livro “O Museu da Inocência” que não é mais do que o coleccionar todos os objectos que a sua amada tocou ou usou. Tudo o que lhe lembra o seu grande amor, Kemal venera.
Após reencontrar Füsun e durante muitos anos, passa a frequentar a sua casa, os seus jantares e continua obsessivamente a roubar objectos para o seu museu. Um vício que reconhece ser doentio.
Mas Kemal será recompensado pela sua insistência no amor que nunca julgou perdido. Contudo, o destino também terá algo a traçar…
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O único senão a apontar neste romance é a sua extensão.
Durante as 639 páginas que compõem “O Museu da Inocência” senti necessidade de fazer algumas pausas para somente depois retomar a leitura. Não quero com isto dizer que o romance é menos bom devido à sua extensão. Não! Continua a ser um romance bom com as suas 639 páginas, mas penso que se Pamuk tivesse ficado pelas 450 páginas, resumindo alguns episódios, o romance seria igualmente bom (mas quem sou eu para questionar o Nobel :P)
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Uma leitura agradável, uma escrita, por vezes, poética que embora não sendo de leitura compulsiva prende o leitor devido a todo o ambiente que envolve a narrativa: a descrição da paisagem, dos personagens, a própria acção. Tudo isto faz com que nos sintamos envolvidos nesta história.
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Recomendo!
(comentário também publicado no blogue ...viajar pela leitura...)
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