Foi o avô quem ensinou Marta a ouvir o som das coisas; sim, porque todas as coisas têm a sua linguagem e a sua música.
Aprendera que há palavras negras, palavras aranhas, palavras escorpiões…. Pelo contrário, as palavras do avô eram palavras-chave que abriam portas. As portas do sonho.
Afastada misteriosamente do avô, Marta parte à procura do seu destino. Persegue-o entre as falas das árvores, as palavras doces dos animais. Os sons que a rodeiam são sempre doces e tristes; falam-lhe de chamas que a todo o momento se extinguem; esperanças que morrem ao nascer.
Mas até no fundo do poço da vida há um anjo!
Há sempre o anjo branco que não precisamos de procurar; o anjo que surge de dentro para fora no momento em que o escutamos.
E Marta, como todos nós, pode um dia adormecer nos braços do anjo. Porque o invisível também é real..-
Opinião mais desenvolvida aqui.
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