27/09/2010

Lara Li - Memórias de um adolescente

Corria o ano de 1981. Na inocência pateta dos meus 16 anos, esta música da Lara Li caiu como uma bomba. Pior que isso só, talvez, aquela tenebrosa “Nini dos meus quinze anos”, do Paulo de Carvalho. Continuo convencido que, naquele tempo, os músicos compunham estas canções só com o objectivo de dar cabo do coração e dos nervos de um adolescente. Eu queria lá saber de amores e paixões; queria jogar à bola, construir um carrinho de rolamentos, trepar a um eucalipto que havia junto de minha casa. Os meus sonhos mais secretos passavam por coisas como fazer o cubo mágico, atravessar o rio a nadar na parte mais funda ou dar a volta à torre da igreja pelo lado de fora.
Mas havia algo que me dizia que eu só seria um rapaz normal se ouvisse a Lara Li e me emocionasse. Sim, um rapaz normal tinha de ficar deprimido com aquilo. E fiquei mesmo. Acho que ainda hoje fico. Mas já não sei bem se é por aquilo ser tão piegas ou por ser, mesmo, uma coisa muito má. Vou mais pela segunda hipótese…
Ainda assim, deixo aqui o “teledisco” para os saudosistas com maior dose de masoquismo:

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6 comentários:

Unknown disse...

Também ouvia "Telepatia" mas gostava mais de Nini :D
Estas memórias são lindas :)
Paula

N. Martins disse...

Esta é bem mázinha. Nem oiço toda... Vou "lá a baixo" ouvir o Play-Back que é bem mais divertida. :)

Anónimo disse...

Aos anos que não ouvia esta canção.
Confesso:a minha costela foleira gostou de ouvir.Espero voltar a ouvi-la daqui por vinte anos outra vez.
Isabel

Unknown disse...

Isabel,
Olá e sejas bem vinda ao blogue :)
Engraçado quando olhamos para trás e vemos como gostavamos destas coisas que hoje achamos "ridiculas" ou foleiras :P
Sabe tão bem recordar estar tontices :D
Paula

Unknown disse...

N. Martins,
Vejo que os nossos gostos foram identicos :P
Paula

Unknown disse...

Podem crer: recordar estas coisas que hoje consideramos foleiras é um exerc´cio que envolve um certo misticismo: rimos de nós próprios como se fossemos uns homens das cavernas e agora uns grande modernaços. O pior é que essa não é bem a opinião dos nossos filhos :)