Levaram-me - Paulo Pereira Cristóvão

A minha opinião:

Levaram-me" é um relato na 1ª pessoa de António, um menino que foi levado da Aldeia das Dez por uma rede de pedófilia. Quando me foi proposta esta leitura, confesso que fiquei reticente, pois o livro aborda um tema complicado, mas ainda bem que o li, pois é uma narrativa que nos esclarece sobre muitas questões relacionadas com este monstro que é a pedófilia. Foi uma leitura que me prendeu do início ao fim. O autor teve o cuidado de não chocar o leitor, tudo o que choca está implícito, o que faz com que a leitura siga fluída e com bastante reflexão... O facto de me aperceber que quando uma criança é raptada por esta rede jamais voltará para a sua casa, assustou-me. Os raptos não acontecem ao acaso nem por obra do destino. Está tudo planeado, programado e acertado. Todas as dificuldades de fuga estão eliminadas, o sucesso para os raptores tem de estar calculado a 0% de riscos, o que quer dizer que muita gente importante está metida no assunto, incluindo as autoridades (ainda me fecham o blogue com estes comentários...). Só com a certeza da ausência de risco o rapto acontece! . António é levado aos 9 anos enquanto estava brincando, não muito longe de casa, com o seu amigo. O raptor chamou-o disse-lhe que era seu tio e que o levaria aos pais. Foi simples ter António dentro do carro que o levaria para bem longe de casa e para nunca mais voltar...´ Depois de António ser raptado, conseguimos detectar 3 fases pelas quais o protagonista da história passa. A primeira diz respeito à fase em que se apercebe do que se está a passar à sua volta, toda a sua angústia, agonia e revolta. A segunda fase, quando António se apercebe que ou se torna um monstro igual àqueles que o raptaram ou estará condenado à morte. Pois esta gente usa e abusa e depois elimina para que não haja provas. Para sobreviver, António adapta-se e junta-se à rede...a terceira fase acontece quando António reencontra-se... . Um livro que aconselho. . Sinopse: Este é o relato na primeira pessoa da história de vida de António, um rapaz português que aos nove anos foi levado da Aldeia das Dez, em Oliveira do Hospital, por um homem que se fez passar por seu tio. E assim começou para António o pior dos infernos que uma criança pode ter de suportar – viu-se afastado da família e da vida que até então conhecera e inserido numa rede de pedofilia internacional onde foi abusado sexualmente. Inspirada em casos reais ocorridos no nosso país e pelo mundo, esta obra, pretende combater a ignorância a respeito desta realidade chocante ao revelar-nos os meandros de uma rede de pedofilia internacional e das próprias mentes dos predadores sexuais, e assume-se como um apelo à liberdade destas crianças que cedo se viram obrigadas a deixar de o ser.

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Comentário também publicado no blogue ...viajarpelaleitura...