Na contracapa do livro “A Mãe”, de Máximo Gorki (na edição da série “Não-Nobel” do jornal Público) pode ler-se esta coisa terrível: “Máximo Gorki não ganhou o prémio Nobel por ser considerado bolchevique e anarquista”. Quem assim pensou, mesmo na prestigiada academia sueca, das duas uma: ou não leu Gorki ou não percebeu nada! Condenar um escritor por ter ideais de esquerda é o mesmo “crime” que cometeu Estaline: é perseguição e injustiça.
Em 1907, ano da publicação de “Mãe”, o galardão foi entregue a Rudyard Kipling (poeta e escritor de contos infantis) ; 1936 ano da sua morte, o Nobel da literatura foi para Eugene Gladstone O'Neill. Agora eu pergunto: quem, de facto, foi galardoado com a eternidade dos génios? Kipling, O’Neill ou Gorki?
Acresce, por sarcástica ironia do destino, que no ano da morte de Gorki, o galardoado foi um anarquista e socialista mas… natural dos EUA. Gorki teve o azar de nascer no país de Estaline! Mas confundir a acção assassina de Estaline com a escrita ingénua e humanista de Gorki é uma atitude, no mínimo, bestial. Mas no sentido literal do termo…
7 comentários:
Nunca li Gorki mas parece-me que tem razão.
Primeiro, porque por más interpretações ou por razões meramente políticas, vemos, em diversas áreas, pessoas a ganharem prémios que nem sempre serão merecidos.
Segundo, porque mesmo que fosse bolchevista e anarquista, isso não deveria ser motivo para entregar ou não o Nobel a uma pessoa, parece-me. Supostamente, este é entregue pela genialidade da obra/autor...
Exactamente, Laura!
Ainda hoje, nos dias actuais, os ditos "Nobel's" ea sua restrita Academia regem-se por normas de pouca ou nenhuma compreensão para o comum humano, e este, no caso específico, da literatura não é dos piores...
“Máximo Gorki não ganhou o prémio Nobel por ser considerado bolchevique e anarquista” Isto dizem na contracapa da edição do Público... Mas foi mesmo?! É que a Academia só se pronuncia sobre aqueles que ganham... Quem escreveu isso na contracapa baseou-se em quê?!
Isto apenas para dizer que não devemos acreditar em tudo o que lemos... A frase citada soa-me demasiado a sensacionalismo...
André, pode até ser sensacionalismo, mas a segregação por motivos ideológiccos continua a existir. E a academia sueca nunca deixou de ter critérios obscuros.
A sensura devia ser completamente erradicada, mas será isso possível? E os lobbies? De qualquer forma os galardoados deveriam sê-lo sempre exclusivamente pelo seu mérito. Quanto aos critérios da academia mais vale nem tentar percebê-los! (será que já tentaram explicá-los?)
"Pintou o estado social e moral dos antigos servos e deu vida à literatura do seu país, que havia um quarto de século nada produzia de notável".
http://www.praestudar.com.br/2012/11/maximo-gorki.html
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