Opinião:
Um livro repleto de agonia, um monólogo no leito da morte e na iminente intermitências do colapso da mente e corpo. Um livro singular, peculiar onde W. Gaddis utiliza a história/evolução do piano para criticar a sociedade na sua cavalgada para a cultura mecanizada. O sistema binário como sistema iniciático da destruição das elites, elites descritas no livro com um carinho especial, sistema em convergência com as massas a popularização do piano para todos (não deixa de ser interessante verificar que o sistema binário I/O, unicamente com dois estados, foi o precursor da "destruição" elitista).
Sente-se uma pequena antipatia pelo velho mundo e de como este, também, padeceu perante o populismo e a massificação da cultura.
...Um perfeito destroço excepto o coração, o coração e as artérias estão impecáveis o que significa que vão manter esta precisão a funcionar para poder gozar inteiramente cada um dos suplícios que me esperam... pág. 50
Uma escrita, com um fôlego enorme, largos pulmões que contrasta com o que o leitor vai encontrando nas linhas deste livro... a agonia, o enfraquecimento do corpo e da mente mas com uma escrita intensa, dura.
Sente-se uma pequena antipatia pelo velho mundo e de como este, também, padeceu perante o populismo e a massificação da cultura.
...Um perfeito destroço excepto o coração, o coração e as artérias estão impecáveis o que significa que vão manter esta precisão a funcionar para poder gozar inteiramente cada um dos suplícios que me esperam... pág. 50
Uma escrita, com um fôlego enorme, largos pulmões que contrasta com o que o leitor vai encontrando nas linhas deste livro... a agonia, o enfraquecimento do corpo e da mente mas com uma escrita intensa, dura.
O posfácio de Joseph Tabbi tornou-se essencial para enquadrar esta obra na vida de W. Gaddis.
Com uma capa que considero bastante atraente, estamos perante um livro muito bom, mas que considero de leitura bastante "difícil", foi um livro onde não parei de fazer "gooogling".
Avaliação: 8.5 em 10
Com uma capa que considero bastante atraente, estamos perante um livro muito bom, mas que considero de leitura bastante "difícil", foi um livro onde não parei de fazer "gooogling".
2 comentários:
A frase citada é de uma força incrível.
Por outro lado, pergunto-me porque se escrevem livros que "obrigam" o leitor a "googlar"? Um livro não deveria ser um fim em si mesmo?
Olá Sandra,
Concordo contigo quanto ao poder da frase citada, mesmo fora do contexto literário é muito poderosa.
Colocas uma questão interessante, não deve um livro ser um fim em si mesmo? ou não será o inicio para algo novo, de diferente?
Acredita que não consigo estar a ler um livro e não entender o significado de uma palavra, não saber quem foi o "inventor" disto ou daquilo, a origem daquela batalha, onde fica aquela terra, etc... por isso o dito "googlar" se torna importante, ainda mais quando o editor/tradutor mantêm algumas frases no original, por exemplo em Alemão??? que por alguns conhecimentos que tenha nunca são suficientes para entender tais conceitos.
É nesse sentido que necessito "googlar".
Abraços
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