Depois de ler “Os
Pilares da Terra” e “Um Mundo sem Fim”, os livros de Ken Follett que mais me
marcaram, pensei que não seria fácil o autor voltar a surpreender-me, mas
estava enganado. Ken Follett consegue-o de uma forma surpreendente com este
livro e, embora os temas sejam muito diferentes, a qualidade dos três é
indiscutível sendo este “Jackdaws” (título original) mais um caso sério da
chancela de um dos mais conceituados escritores da actualidade do género, na
minha opinião.
Ingredientes não faltam
a este livro para prender o leitor. Desde logo a acção se desenrolar num
momento crucial da Segunda Guerra Mundial, mais precisamente a duas semanas do
desembarque dos aliados na Normandia. Por outro lado, com um ritmo alucinante
aliado a doses maciças de suspense em
cenas de acção de cortar a respiração e que se sucedem umas após outras, fazem
deste enredo emocionante algo de viciante que nos impele a ler cada vez mais
pois somos incapazes de parar. Se a isto tudo acrescentarmos um pormenor
importante que é o de este romance se basear em factos verídicos, posso
seguramente afirmar que não se pode pedir mais nada a um romance histórico cuja
acção se passa na segunda grande guerra.
O livro em si pode considerar-se
uma homenagem às mulheres que participaram no esforço de guerra como agentes
secretas infiltradas atrás das linhas inimigas, especialmente aquelas que
perderam a vida na sua luta pela liberdade.
Quando um grupo da
resistência francesa falha um ataque a um castelo que funciona como central de
comunicações vital para os alemães, têm de ser tomadas medidas drásticas que
levem à sua destruição de uma vez por todas. É assim que Flick Clairet, uma experiente agente
secreta britânica elabora um plano ousado, um desafio enorme e arriscado nunca
antes tentado. Ela e a sua equipa exclusivamente feminina são incumbidas de
lançar-se de pára-quedas, em França, e, disfarçadas de empregadas de limpeza,
penetrar no castelo para levar a cabo a sua missão. O plano parece difícil de concretizar
mas as opções não abundam pelo que, mesmo a custo, é formada uma equipa de seis
mulheres, treinadas à pressa, que irá tentar alcançar o objectivo. Do outro
lado, o alemão, Rommel tenta a todo o custo fortificar a costa norte de França,
onde a invasão dos aliados é esperada a qualquer momento. Assim, com vista a
esmagar a resistência francesa, Rommel nomeia o coronel Dieter Franck, carrasco
implacável e impiedoso que, a todo o custo, irá tentar capturar o maior número
possível de elementos da resistência, objectivo: torturá-los para obter o
máximo de informações que levem à detenção dos líderes daquela região – a
começar por Flick Clairet.
Altamente recomendável a
quem gosta do género. A acção, o suspense e o ritmo vertiginoso fazem deste
livro puro entretenimento, puro gozo, pena é que o final chegue tão depressa. Simplesmente
Ken Follett no seu melhor.
4 comentários:
Depois de ler "Pilares da Terra" e "Mundo sem Fim" também tive a mesma sensação. Tanto que depois de ler "Chave para Rebeca" pensei que não me ia apaixonar por mais nenhuma obra do autor que não fosse no género dos Pilares e do Mundo sem Fim. Este romance, que tal como disse, é um hino à capacidade das mulheres de se livrarem do estigma do sexo fraco e desempenharem papéis de relevo nas alturas mais importantes da nossa história, conquistou-me desde o inicio e entrou para a lista dos melhores livros do último ano. A escrita é irrepreensivel, o "plot" está muito bem encadeado e faz com que fiquemos presos às palavras. A leitura torna-se compulsiva e deliciamo-nos com a mestria deste grande senhor da literatura actual.
Recomendo vivamente, a par com o livro "Noite sobre as águas". Igualmente genial.
Mais um para minha lista de próximas leituras!!!
Fefa
Cara Miri*,
Já vi que também é fâ do Ken Follett. Pela minha parte, "Os Pilares da Terra" continua a ser o meu livro favorito.
Acho que vou seguir o seu conselho e ler este "Noite sobre as águas".
De certo que nao se vai arrepender Luis. Depois deixe aqui a sua opiniao para ver se concordamos ou nao :)
Boas Leituras :D
Enviar um comentário