O
novo romance de Victoria Hislop passa-se na Grécia na cidade de Tessalonica, é
envolvente e emocionante, fiquei de imediato absorvida na
sua leitura sem vontade de o colocar de lado.
A
história começa com Dimitri e Katerina Komninos em 2007 e o seu neto Mitsos,
que cresceu em Londres, mas que de momento está a estudar na terra natal do
avós, encontram-se todos num café e observando as dificuldades que as pessoas
mais idosas tem de enfrentar para andar na cidade, nas ruas, pergunta-lhes
porque é não vão viver para Londres junto do filho, sendo mais fácil para eles,
uma vez que o sitio onde vivem não é o mais indicado. Os avós dizem que nada os
fará demover dali, vão ficar em Tessalonica até morrerem.
- “Nem
que nos dessem tantos diamantes quantas as gotas daquele oceano, não haveria
nada que nos convencesse a ir embora...”
E
vão para casa contar a história da sua
vida e o porque da sua decisão ao neto.
Somos
então transportados para Tessalonica no ano de 1917, Dimitri conta que no dia
em que nasceu deflagrou um incêndio que devastou a cidade, onde cristãos,
judeus e muçulmanos viviam lado a lado.
Cinco anos mais tarde a Ásia Menor também é destruída pelo exército
turco e Katerina no meio da confusão e da multidão perde-se da mãe, embarca juntamente com outras pessoas para a
Grécia e é ai que as suas vidas se cruzam.
Conhecemos a sua história e de tantas outras pessoas que viviam num bairro
chamado - Irini Street, onde cristãos, judeus e muçulmanos conviviam
diariamente uns com os outros, quer nas suas casas, quer no trabalho, Dimitri e Katerina crescem juntos com outros
amigos, até à chegada da 1ª guerra
mundial e a invasão da parte dos alemães que vem alterar tudo, quando decidem
expulsar os judeus da cidade e levar todos de comboio para a Polónia. A
cumplicidade e a amizade faz com que os amigos guardem rolos e manuscritos que
faziam parte da história dos judeus, antes que os alemães apaguem essas
memórias.
Vamos
assistir a uma guerra civil, a luta entre o comunismo e o nacionalismo e é
claro que a cidade nunca mais vai ser a mesma para os seus habitantes.
Relembra-nos cenas de brutalidade e violência que aconteceram durante a
ocupação alemã, as atrocidades cometidas durante as guerras mundiais.
Dimitri
que estuda medicina, rebela-se contra o pai que é a favor da ditadura, um dos
homens mais ricos da cidade. E luta contra as suas ideias sendo expulso de
casa. Vive anos escondido a lutar ao lado dos amigos, exercendo funções de
médico, conseguindo voltar à cidade para
ver a mãe, mas sempre escondido para não ser preso.
Entretanto
Katerina torna-se a melhor costureira na cidade, requisitada pelas senhoras das famílias mais ricas, quando Dimitri é dado como morto pelo próprio pai, casa-se
com um homem, para quem trabalha mas que não ama.
Autora
consegue captar a nossa atenção com uma bela história de amor, com um vasto
leque de personagens muito fortes que ao longo do livro vamos sentido empatia,
mas também com uma história de sobrevivência de coragem, de paixão,
resistência, probreza, as catástrofes
naturais tais como tremores de terra que
assolaram este país, o seu povo realmente passou por tanta coisa. É isso que
Dimitri e Katerina sentem que depois de terem passado por tantas dificuldades,
nada os demove abandoná-lo. Mas...
“Há mais uma coisa,
para além das memória, que guardamos para os nossos amigos. Eles também
deixaram tesouros para trás. Ao canto da sala, coberta com um pano
branco...estava uma arca de madeira...Esta é outra razão para termos
ficado...estas coisas não nos pertencem... nós fomos meramente os guardiães.”
É
um livro fascinante pelo tema que aborda, pelo passado histórico da Grécia, de
uma nação e pela própria história da pessoas que lá viviam, aprendemos sempre
algo com este género de livros, a importância das nossas raízes e da família.
Mais
um excelente livro desta autora que leio. Recomendo sem dúvida alguma. Muito
bom.
O livro da Editora aqui
2 comentários:
Gostei muito da opinião, vou querer ler este livrinho sem dúvida!
Já li A Ilha e adorei, este vou gostar de certeza também, gostei da opinião :)
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