01/07/2012

Álbum de Verão, Emylia Hall


Opinião:

Beth é uma rapariga solitária, que trabalha numa galeria de arte, que inesperadamente sem estar à espera, recebe a visita do pai, que vem entregar-lhe uma encomenda que chegou da Hungria, com uma carta a dizer que a mãe morreu. Com quem ela tinha cortado relações há muitos anos, e dentro da mesma vem também um Álbum de fotografias dos sete magníficos Verões que passou em criança nesse País.


As memórias surgem mal começa a folhear e a ver a primeira foto, de quando ela tinha nove anos e foi visitar a  Hungria com os pais, onde era chamada pelo nome de Erzsebeth, Erzsi. É nessa altura que eles se separam, Beth relembra este passado tão marcante que tinha tentado apagar.

Vamos conhecer Marika uma mulher cheia de vida, com quem ela tem uma relação muito forte e intensa enquanto mãe e filha, em que sente que a mãe "pode tê-los abandonado mas nunca partiu", a quem Beth passou a tratar pelo nome Marika,  o companheiro da mãe o pintor Zoltan Karol, personagem algo excêntrica, discreto mas sempre presente quando precisam dele.
Era com eles que Beth desfrutava cada Verão na Hungria intensamente e com muita felicidade, totalmente diferente do dia a dia em Inglaterra com o seu pai David um homem calmo, carinhoso e retraído, onde a vida com ele é monótona.

Quando entra na adolescência vive o seu primeiro amor, primeiro beijo, com Tamás um rapaz que conhece no primeiro Verão que passa na Villa Serena.
Tudo na Hungria desperta sentimentos em Beth, desde o simples passeio pelos campos cheios de cores e vida, até os próprios cheiros são evidenciados, um mergulho no lago, o primeiro copo de vinho,  pequenos prazeres que a fazem feliz.

Mas, no último Verão tudo se desmorona, quando Beth decide que quer ir viver para a Hungria, um segredo guardado durante anos abala completamente  o seu mundo, tudo o que ela acreditava e pensava ser verdade afinal não passa de uma mentira. Marca o fim das suas férias e o contacto para sempre com a sua mãe Marika.
São muitas as mágoas que ficam e no fundo marcam para sempre estes trés personagens, Beth, Marika e David.
Beth decide enterrar o seu passado e segue com a sua vida em frente, começando tudo de novo, como se nunca tivesse conhecido aquele País e aquelas pessoas.
Um livro que nos envolve e comove, que nos diz que no fundo nunca é tarde demais para se perdoar. E foi isso que um simples álbum de fotografias conseguiu despertar em Beth. Consegue fazê-la ver que ainda pode redimir-se de ter abandonado tudo e todos, apesar da morte de Marika.


Um livro lindíssimo, com uma escrita fluida, está excepcionalmente bem escrito, com descrições muito bem feitas sobre a família, as relações, o amor, segredos e a dor que estes podem causar, das personagens capta a vida e a essência das emoções vividas por cada uma, das paisagens na Hungria que nos transportam para dentro do livro. Com partes intemporais que tanto aprecio. É de fácil leitura, apesar das muitas descrições nunca se tornam chatas nem monótonas, uma narrativa impecável que nos faz viajar através das lembranças da personagem Beth. 
Recomendo a leitura deste livro magnifico.

3 comentários:

Carla disse...

Olá
Emprestaram-me para ler e estava um pouco reticente mas depois de ler esta opinião certamente vai fazer parte das minhas leituras brevemente.
Boas leituras;)

Unknown disse...

Adorei a opinião.
Quero muito ler este livro.

Odete Silva disse...

Vão gostar de certeza, um livro muito bem escrito,
Obrigada :)