19/08/2012

Queria Rever O Teu Rosto ao Entardecer, Pedro de Sá

Opinião:
Tal como na primeira obra do autor Olhei Para Trás e Sorri... senti, que nesta obra - “Queria Rever o Teu Rosto ao Entardecer” o tempo é, uma vez mais, um elemento importante. E não poderia ser de outra forma, pois quando se quer evidencia relações, pensamentos e emoções, o tempo é fundamental.
No meu entender, o objectivo desta obra é este – enaltecer a amizade, a juventude (época em que pensamos ser os donos do mundo “a surdez da juventude é flagrante”) e posteriormente a maturidade na qual o pensamento é profundo e revestido de calmia.
A história tem o seu início, quando um dos personagens, pela manhã, entra no carro rumo à sua rotina diária: engarrafamento, trabalho… e começa a recordar momentos da sua juventude – um encontro de amigos, no qual recorda a mulher que o marcou. Toda a narrativa é centrada nesta lembrança onde a saudade de um rosto ao entardecer permanece.

Gostei e recomendo! J

Sinopse:
Um homem enfrenta, de novo, o desencantado engarrafamento de cada dia. Olha em seu redor. Reflecte na sucessão efémera dos porquês da vida. Procura formas de evasão daquele cárcere metálico, balizado pela monotonia de um pára/arranca, que conduz à desilusão esbatida da monotonia. De repente, já perto do seu destino, ouve os primeiros acordes de uma melodia há muito adormecida. De facto, só ouviu os primeiros acordes, porque mergulhou no rio da memória, que lhe reavivou a lembrança de uma viagem, de quatro dias, a um lugar carente de compreensão. Uma viagem iniciática, de descoberta, de aprendizagem. Num tempo pautado pelas emoções e norteado pelos sonhos. A sedução do passado! Quatro dias para perceber o mundo. Foi-lhe o tempo concedido. Cada um tem o seu... E, ainda hoje, ele transporta consigo imagens, vozes, risos, mágoas, ecos, odores, desses fugazes momentos, com o sabor da eternidade. Afinal, o passado estará sempre presente. E a memória de um rosto perdura. E, em cada regresso a casa, no sublime do entardecer, nasce em si uma súplica, um desejo: Queria Rever o teu Rosto ao Entardecer.

0 comentários: