Em 1808 D. Pedro I e a família real chegaram ao Brasil juntamente com a corte portuguesa. Sendo
educado, mas, sem darem grande primazia aos estudos, à cultura e ao conhecimento,
D. Pedro e seu irmão Miguel brincavam sem serem controlados, cresceram num
ambiente descontraído. Muito novo mostrou logo uma personalidade forte, orgulhoso,
muito activo, rebelde, gostava da
liberdade.
Do Rei D. João VI de
Portugal herdou a bondade, a sensibilidade, a inteligência discreta, e da mãe a Rainha D.
Carlota herdou a paixão pelos cavalos, a independência, e o grande apetite
sexual, as mulheres foram a sua perdição
e também salvação, das quais teve vários filhos ilegítimos. Demonstrou sempre dificuldade em
cumprir o seu papel enquanto príncipe e tomar a decisões correctas. Mas foi a
sua amante Domitila de Castro - Marquesa de Santos, a grande paixão da sua vida, que o arrastou para a decadência, e colocou em causa e em perigo o seu
reinado. Pois vivia tudo o que fazia com
muita intensidade, desafiava tudo e todos.
Por outro lado demonstrou ser um pai extremoso
e amoroso, mas fez sofrer muito a Imperatriz Leopoldina de Áustria a sua
esposa, que ao contrário do marido era muito culta, e talentosa, além de
música, cientista era também pintora, muito sensível, tolerante, fazia constantemente caridade, o povo adorava,
vinha de uma família onde os estudos
eram fundamentais, foi submissa, resignou-se ao facto do marido ter amantes em
prole do trono.
Quando o Rei foi obrigado
a regressar a Portugal, D. Pedro I teve que permanecer no Brasil onde lutou com
as tropas portuguesas libertando o Brasil, conseguindo a sua independência,
tornando-se imperador, conquistou amigos e inimigos na suas causas a favor do
Brasil. Apesar ser um imperador liberal, contra a escravidão e preocupado
verdadeiramente com o povo e em transformar o Brasil num grande país, foi incompreendido, mesmo tendo lutado contra seu próprio país de nascença, mais
tarde foi obrigado a renunciar ao trono brasileiro em favor de seu filho, Dom
Pedro II.
« O imperador soube
abdicar melhor do que soube reinar»
Foi para Portugal com a
sua segunda esposa D. Amélia, onde mais uma vez mostrou ser um lutador,
libertando os portugueses da opressão que estavam sujeitos por parte do seu
irmão Miguel e dos seus seguidores miguelistas. Onde a sua filha D. Maria II se tornou então a Rainha de Portugal.
O autor não só descreveu
as qualidades, mas também expôs os defeitos do personagem central D. Pedro I, e o
facto é que deixou a sua marca na história dos dois continentes Brasil e mais
tarde em Portugal.
Muito bem escrito, o
livro está cheio de detalhes da
Históricos, as traições e o suposto
assassinato por envenenamento, de Dom João VI suspeitando-se da Rainha. A beleza exuberante dos trópicos, todo o ambiente,
a época em que se vivia, foi cuidadosamente bem descrita, todo o livro é rico em pormenores.
Envolvente, com um
enredo que nos agarra pela a história em si, mas também pelos personagens fortes, um livro com
uma narrativa que não sendo de uma leitura compulsiva que se possa fazer rápida, deve sim ser feita lentamente e apreciada ao pormenor, que gostei
bastante, recomendo aos apreciadores de romances históricos como eu.
Muito bom
Muito bom
Pode ver o livro aqui
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