19/01/2013

Coração em Segunda Mão de Catherine Ryan Hyde



Opinião:
Vida é uma rapariga de 19 anos que nunca soube o era viver no sentido da palavra, devido a ter problemas no coração desde que nasceu, pode morrer a qualquer momento se não fizer um transplante. Mas para ela viver alguém vai ter que morrer. E quando isso acontece Vida recebe um coração e finalmente tem a oportunidade de aprender a viver e conhecer o mundo lá fora. Primeiro porque devido à sua fragilidade não podia sair e via o mundo da sua janela, e segundo sob a super protecção de uma mãe que a sufoca que não permitiu que crescesse, pois vivia isolada de tudo. 

Tem apenas uma amiga que vive no prédio Esther, uma judia alemã, que sobreviveu ao holocausto, de trato difícil, mas que apesar da sua aparente frieza nutrem um carinho especial uma pela outra, oferece-lhe um amuleto que a acompanhou a vida toda e também oferece-lhe um livro em branco onde pode escrever as coisas mais importantes. A primeira atitude de Vida é registar tudo num diário, pois descobre que afinal vai viver e quer que fique tudo bem escrito até mesmo todo o processo da sua operação, o transplante.

Agora será que Vida sabe o que fazer? Ou sente-se sem rumo? Será que consegue daqui para frente viver? Para já quer saber a quem pertence o coração. Sente algo dentro dela memórias que não são suas e tem uma enorme necessidade de ir a lugares que sabe que nunca foi, mas que por qualquer razão sente que já lá esteve. 
Este livro é relatado a duas vozes a de Vida e a de Richard.
Ao mesmo tempo que Richard o marido da dadora também quer e não quer conhecer quem recebeu o coração da sua esposa, ele vive num vazio profundo devido à sua enorme perda. E tudo isto envolve muitos sentimentos complexos ao longo desta história.
Quando se conhecem Vida diz que está apaixonada por Richard, como é possível?

O assunto principal desta história faz com que a comunidade cientifica esteja divida  – será que há uma memória celular, que leva as pessoas transplantadas “herdar” os gostos  e  recordar coisas que não viveram que são do dador? Será que isso acontece mesmo? Não há certezas. Mas pode um coração fazer isso? Não é o cérebro que comanda tudo? Mas as pessoas transplantadas sentem algo.

É uma história estranha que nos faz pensar. Envolvente, emotiva, enternecedora, uma leitura cativante que se faz rápida, prova que existem segundas oportunidades, as quais devemos agarrar. Também nos faz reflectir num assunto de grande importância, ser dador significa salvar vidas, todos devíamos pensar nisso. Um bom livro que gostei de ler e recomendo.

É o segundo livro que leio da autora  "Favores em Cadeia" e "Não Deixes Que Me Levem."

Pode ver o livro aqui 

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