06/08/2013

Wolf Hall de Hilary Mantel



Sinopse:
Inglaterra, década de 1520. Henrique VIII está no trono, mas não tem herdeiros. O cardeal Wolsey é o conselheiro do rei encarregue de obter o divórcio que o papa recusa conceder. Neste ambiente de desconfiança e necessidade aparece Thomas Cromwell, primeiro como secretário de Wolsey, e depois como seu sucessor. Cromwell é um homem muito original: filho de um ferreiro bruto, é um génio da política, um subornador, um galanteador, um arrivista, um homem com uma habilidade incrível para manipular pessoas e aproveitar ocasiões. Implacável na procura dos seus próprios interesses, Cromwell é tão ambicioso nos seus objectivos políticos como nos seus objectivos pessoais. O seu plano de reformas é implementado perante um parlamento que apenas zela pelos seus interesses e um rei que flutua entre paixões românticas e fúrias brutais.
De uma das melhores escritoras contemporâneas, Wolf Hall explora a intersecção de psicologia individual com objectivos políticos. Com uma grande variedade de personagens e uma rica sucessão de incidentes, recua na história para nos mostrar a Inglaterra dos Tudor como uma sociedade em formação, que se molda a si própria com grande paixão, sofrimento e coragem.

Opinião:
Confesso que me custou a ler as primeiras cem páginas deste livro e a entrar na narrativa do mesmo, a autora tem uma escrita muito própria e não me envolveu logo como noutros romances históricos que tanto aprecio e de que sou fã principalmente da época Tudor.
Hilary Mantel conta-nos a história de Thomas Cromwell, uma figura importante na Inglaterra do século XVI, ao mesmo tempo que nos relata sobre uma época bastante complicada e conturbada. Thomas é filho de um ferreiro que chega a ser cruel na maneira como o trata, por isso ele foge e viaja pela Europa. Passados muitos anos volta de novo para Inglaterra, onde se tornou advogado, é ao mesmo tempo comerciante, e ainda secretário do Cardeal Wolsey, uma figura muito importante.
Tudo isto durante o reinado de Henry VIII, casado com Catarina de Aragão, que não consegue lhe dar um filho varão, e por isso envolve-se com Anne Boleyn.
Thomas sendo um homem muito inteligente, astuto, persuasivo, organizado, com visão para o negócio e com sucesso na politica soube aproveitar-se quando o Papa não quis reconhecer o divórcio de Henry VIII com Catarina de Aragão, criando então uma nova lei dando poderes ao Rei e não à Igreja que permitia a separação, surgindo assim a igreja Anglicana. Claro que isto não agradou ao clero e ao povo. A partir daqui inicia-se  uma série de intrigas,  traições  e jogos políticos que fazem com que Cardeal Wolsey caía e Thomas ascenda ao poder. Portanto cerca de metade do romance é em torno da queda de Wolsey do poder, a segunda metade foca-se na ascensão de Thomas Cromwell, que foi responsável por escrever as leis do parlamento para a reforma inglesa, amado por uns mas odiado por outros, principalmente pelos nobres, por vir de um estatuto mais baixo do que o deles, conseguindo ser o homem mais poderoso depois do rei.
Também foca as guerras que levaram os Tudors ao trono, as epidemias que levaram à morte muitas pessoas, incluindo ente queridos de Thomas Cromwell, como uma das suas filhas e a obsessão de Henry VIII por um filho varão e as consequências dos seus actos perante a mesma.
É sem dúvida um grande romance histórico, uma obra literária, muito bem escrito,  denota-se que a autora fez uma pesquisa exaustiva sobre a época e sobre os factos históricos. Com uma escrita muito peculiar é perita em detalhes e descrições muito precisos, sobre os acontecimentos e sobre os personagens. Um excelente livro que recomendo a todos os amantes de romance histórico, aconselho a insistir na sua leitura, pois vale a pena, somos compensados quando fechamos o livro. Muito bom.

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