18/11/2013

O Juramento da Rainha, de C. W. Gortner (opinião)



Opinião:
Romance histórico é sem dúvida um dos  meus géneros literários favoritos, gosto de saber como se vivia no tempo dos Reis e Rainhas, tudo me fascina, como se vestiam, como passavam o tempo, os seus costumes, tradições, aprecio todos os pormenores.
Este romance dá-nos a conhecer a vida de Isabel de Castela, uma jovem que ficou sem o pai o Rei João II muito precocemente, viveu com a mãe e o irmão mais novo Alfonso, longe da corte até aos catorze anos, altura em o seu meio-irmão filho do primeiro casamento do pai, chama ambos para irem viver com ele, o Rei Henrique foi pai de uma menina, e a sua esposa a Rainha Joana quer que o trono pertença à sua filha, corre um boato, a corte tem dúvidas que o Rei seja o pai, a partir daqui um leque de intrigas e conspirações da parte da Rainha e de alguns súbditos, tentam por todos o meios impedir que Alfonso e mais tarde Isabel possam um dia subir ao trono, o próprio meio irmão tinha um comportamento um tanto ou quanto dúbio.
Entretanto o irmão de Isabel, Alfonso foge e tenta tornar-se forte para conquistar o seu lugar e tornar ele o Rei, mas quer as vicissitudes da vida que morra jovem. O que faz com que Isabel aos dezassete anos se torne a herdeira do Reino de Castela.
Isabel demonstra logo quão corajosa é, primeiro rebela-se e escolhe com quem quer se casar, e casa-se com o seu amor de infância Fernando de Aragão, unem esforços para governar os reinos de Castela e Aragão.
A história de amor entre ambos e o que vão passar ao longo do livro fascinou-me, apesar das guerras que vão travar contra França e contra Portugal, que parecem nunca ter fim, eles conseguem manter-se unidos e criar cinco filhos, quatro raparigas e um rapaz que será o herdeiro, demonstrando assim que além de Rainha também era boa esposa e mãe.
Isabel mostra que é uma guerreira, apoiando o marido nas guerras que trava, montava o seu cavalo e ia muitas vezes ter com ele ou com os seus homens às frente de batalha, para lhes dar incentivo, para ela o facto de ser mulher não a impediria de agarrar numa espada e lutar se fosse preciso. Os dois juntos enfrentam as tragédias e as vitórias, querem que Espanha se torne num país melhor. Mas as circunstâncias estão sempre contra eles, quando pensam que vão ficar bem durante o seu reinado tem sempre coisas que os afastam e por as quais tem que lutar constantemente.
Isabel era muito inteligente e muito à frente no seu tempo, determinada, sabia bem o queria para o seu reino e para o seu país, o que na altura era impensável até mesmo para uma Rainha, no século XV ter vontade própria, devia sim ser controlada por membros da corte que a rodeavam, mas ela não o permitia.
Uma narrativa que se lê rapidamente, fez-me sorrir a impetuosidade de Isabel, mas também da sua dama de companhia Beatriz, que dizia aquilo que pensava na hora, mas que dava a vida pela sua amiga Isabel sem olhar para trás.
Trata-se de uma história envolvente, com uma personagem feminina muito forte, que o autor tão bem retratou, gostei do enredo, das intrigas, das conspirações, das traições, da escrita fluida, adorei os detalhes, as descrições tão próprias da época, dos personagens, em suma uma narrativa que apreciei bastante, fiquei fã do autor, um romance histórico muito bom.  
  
(Isabel também será sempre recordada como a rainha que financiou a viagem de Cristóvão Colombo às Américas).

Podem ver o livro aqui

 

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