10/05/2014

A Amante do Papa, de Jeanne Kalogridis (opinião)



Opinião:
Confesso que já vi séries sobre os Bórgias, mas não me recordo se já li sobre a Itália no período renascentista.
Este livro é narrado através do ponto de vista de Dea, a dama de companhia de Catarina Sforza, a personagem central deste romance, filha ilegítima do duque de Milão, com apenas treze anos já demonstra uma personalidade muito vincada, detentora de uma grande obstinação, nada a demove dos seus intentos, mas era também conhecida pela sua beleza arrebatadora, era impossível ficar-se indiferente.
A sua única fragilidade está em não prescindir da companhia da sua dama Dea, para onde quer que vá Dea estará sempre presente na sua vida.
Casa aos quinze anos e cedo demonstra uma inteligência fora do normal para liderar, consegue ser melhor líder com o exercito e organizá-lo melhor que o próprio marido, tem uma aptidão natural para comandar, um dom que só alguns é que tem.
Quando este é morto Catarina tem que lutar contra os inimigos para não perder as terras, e tudo o que possui em prole da igreja.
A autora conta-nos a história fascinante desta mulher determinada, politicamente astuta, muito corajosa, forte, que não tinha medo de nada, enfrentando os inimigos, mesmo que pudesse perder a vida, uma mulher que na época podia ser considerada escandalosa, adorava ter amantes e teve muitos, os quais usou muitas vezes para conseguir o que queria, mas acima de tudo uma mãe amorosa e dedicada,
Governou as próprias terras enfrentando por isso a maior autoridade na altura e o pior inimigo que poderia ter, o corrupto papa Alexandre VI e mais tarde o seu filho César Bórgia. Que tudo faziam pela ganancia do poder, sem escrúpulos afastavam todos os que poderiam fazer-lhes frente.
Também Dea se destaca por ler cartas, prevendo o futuro, mas não só, o mistério em torno do seu casamento, que nunca chega a ser consumado, e ela não percebe porque, tentando descobrir quem era o seu marido, após a sua morte, o que a deixa chocada quando descobre e todos os segredos que envolvem  a sua família, e do homem com quem se casou, de quem nada sabia afinal.
Trata-se de um livro cheio de personagens fascinantes, com um enredo fabuloso, envolto em mistério, cheio de intrigas, traições tão comuns na época, em que não faltam cenas de sensualidade entre os amantes, sabe-se que a autora se baseou em figuras reais com excepção de Dea, que foi uma personagem fictícia, de resto fez uma pesquisa apurada que se nota em toda a narrativa.
Realçando uma figura feminina que foi uma verdadeira guerreira, que desafiou os piores inimigos, enfrentando as consequências e a própria morte, uma mulher que tinha plena consciência de que se escrevesse sobre a sua vida iria chocar o mundo.
Um livro que  nos envolve de uma maneira irresistível, que lemos de maneira empolgante, que quando o fechamos ficamos com uma sensação de vazio e queremos mais, gostava imenso de ler os outros livros da autora, gostei da escrita fluída, das descrições e detalhes históricos da época. Recomendo sem dúvida alguma a sua leitura aos amantes deste género literário, falo por mim que adoro, e A Amante do Papa é realmente muito bom.

Pode ver mais sobre o livro aqui

 

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