Opinião:
Confesso que já vi
séries sobre os Bórgias, mas não me recordo se já li sobre a Itália no período renascentista.
Este livro é narrado através do ponto de vista de Dea, a dama de
companhia de Catarina Sforza, a personagem
central deste romance, filha ilegítima
do duque de Milão, com apenas treze anos já demonstra uma personalidade muito
vincada, detentora de uma grande obstinação, nada a demove dos seus intentos,
mas era também conhecida pela sua beleza arrebatadora, era impossível ficar-se indiferente.
A sua única fragilidade está em não prescindir da companhia da sua dama Dea, para onde
quer que vá Dea estará sempre presente na sua vida.
Casa aos quinze anos e
cedo demonstra uma inteligência fora do normal para liderar, consegue ser melhor líder com o exercito e organizá-lo melhor que o próprio marido, tem uma aptidão natural
para comandar, um dom que só alguns é que tem.
Quando este é morto Catarina
tem que lutar contra os inimigos para não perder as terras, e tudo o que possui
em prole da igreja.
A autora conta-nos a
história fascinante desta mulher determinada, politicamente astuta, muito
corajosa, forte, que não tinha medo de nada,
enfrentando os inimigos, mesmo que pudesse perder a vida, uma mulher que na
época podia ser considerada escandalosa, adorava ter amantes e teve muitos, os quais usou
muitas vezes para conseguir o que queria, mas acima de tudo uma mãe amorosa e dedicada,
Governou as próprias
terras enfrentando por isso a maior autoridade na altura e o pior inimigo que
poderia ter, o corrupto papa Alexandre VI e mais tarde o seu filho César Bórgia.
Que tudo faziam pela ganancia do poder, sem escrúpulos afastavam todos os
que poderiam fazer-lhes frente.
Também Dea se destaca por
ler cartas, prevendo o futuro, mas não só, o mistério em torno do seu casamento, que nunca
chega a ser consumado, e ela não percebe porque, tentando descobrir quem era o seu marido, após a sua morte, o que a deixa chocada quando descobre e todos os segredos que
envolvem a sua família, e do homem com quem se casou, de quem nada sabia afinal.
Trata-se de um livro
cheio de personagens fascinantes, com um enredo fabuloso, envolto em mistério, cheio de intrigas,
traições tão comuns na época, em que não faltam cenas de sensualidade entre
os amantes, sabe-se que a autora se baseou em figuras reais com excepção de Dea,
que foi uma personagem fictícia, de resto fez uma pesquisa apurada que se nota
em toda a narrativa.
Realçando uma figura
feminina que foi uma verdadeira guerreira, que desafiou os piores inimigos,
enfrentando as consequências e a própria morte, uma mulher que tinha plena consciência
de que se escrevesse sobre a sua vida
iria chocar o mundo.
Um livro que nos envolve de uma maneira irresistível, que lemos
de maneira empolgante, que quando o fechamos ficamos com uma sensação de vazio
e queremos mais, gostava imenso de ler
os outros livros da autora, gostei da escrita fluída, das descrições e detalhes históricos da época. Recomendo sem dúvida alguma a sua leitura aos amantes deste género literário, falo por mim que adoro, e A Amante do Papa é realmente muito bom.
Pode ver mais sobre o livro aqui
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