Opinião:
Quem me conhece sabe
que sou fascinada pelo tema da Segunda e Primeira Guerra Mundial, pelo facto de
ser um tema inesgotável, existe tanto para contar, que por muito que se leia e
escreva sobre o mesmo continua sempre a surpreender-me este período marcante da
história da humanidade, onde milhares de pessoas perderam a vida, onde foram
sujeitas a um sofrimento humano atroz, e aqueles que sobreviveram ficaram com
sequelas, quer sejam os que participaram de forma directa na guerra, quer os que foram obrigados a presenciar e a sentir os seus efeitos, consequências de
uma guerra que lhe foi imposta, marcas que ficaram para toda a vida.
Posso dizer que já li
muitos livros, sobre as duas guerras mundiais, mas devo dizer que este é
totalmente diferente, pois não se trata de um romance.
O autor brinda-nos com
uma narrativa baseada em histórias verídicas, reuniu relatos pessoais escritos
em diários e cartas, dezanove ao todo, de várias nacionalidades, (uma menina, três mulheres e quinze homens), que deixaram o seu
testemunho pessoal em primeira mão, a sua vivência na guerra no período de 1914
a 1918, testemunhos de vários países, onde nos contam a sua experiência, os seus sentimentos,
durante este período sangrento, onde milhares de pessoas pereceram na
frente de batalha, e outros morreram de frio e de fome devido à
escassez de alimentos, e de doenças, consequências de uma guerra que não pediram.
São relatos de pessoas
que conviveram com a guerra directamente, sobre o seu dia a dia nas frentes de
batalha, nos hospitais de campanha, onde milhares de feridos chegavam a toda a
hora, médicos, enfermeiros e voluntários nunca eram suficientes para fazer fase
aos feridos que lhes eram deixados nas sua mãos, aqueles que voltavam do
inferno das trincheiras. Mas também sobre os civis que presenciavam e sentiam o
efeito nefasto de uma guerra sangrenta sem paralelos.
Trata-se de um livro extremamente bem documentado, e através de capítulos curtos o autor vai intercalando
as varias histórias pessoais vividas, do seu quotidiano, em vários países da
Europa, África e Médio Oriente, onde cada um expressa os seus sentimentos,
os seus medos, apreensão, a amargura sobre como foi viverem os horrores da guerra.
Relatos reais que não
nos deixam indiferentes, do sofrimento humano a que foram infligidos, mas como
o ser humano tem uma enorme capacidade de resistência, mais do que muitas vezes
se possa imaginar, também conseguiam no meio deste pesadelo, ter momentos de alegria e
pequenos prazeres que lhes dava alento para continuar a viver.
Relatos que nos dão uma
grande lição de vida, um livro que nos dá uma visão diferente e inesquecível
da Primeira Guerra Mundial, através dos olhos destes homens, mulheres e criança, e das suas experiências e vivências pessoais. Recomendo a todos os que gostam de ler sobre este tema.
(Gosto imenso da capa do livro).
Excerto: A
guerra, escreve Elfriede no seu diário, dura há tanto tempo que quase se transformou
numa espécie de estado normal, e é difícil recordar como vivíamos antes. Já
quase não pensamos na guerra.
0 comentários:
Enviar um comentário