Opinião:
Gostei muito do livro
anterior da autora O Décimo Terceiro
Conto, e como é óbvio tinha muita curiosidade e queria ler O Homem que Perseguia o Tempo, diferente,
mas tão bom quanto o primeiro.
Uma narrativa que nos envolve
logo de inicio, envolta numa aura de mistério, passa-se num ambiente rural, onde
vive o personagem William sozinho com a sua mãe, pois o pai abandonou-os.
William num dado momento da sua infância, numa
brincadeira com os amigos, mata com uma pedra, lançada
através de uma fisga, uma gralha-calva, um incidente que fez admiração dos
amigos pela sua grande pontaria, ele podia ter evitado a morte do pássaro, mas
não o fez, até certo ponto fica orgulhoso do seu acto.
Mas esse momento, este
incidente fica no seu subconsciente, e vai acompanhá-lo ao longo da vida, o facto é que William a partir daí tem
fobia a estes pássaros, não consegue vê-los nem estar na sua presença.
Cresce, casa e
demonstra ser um homem bastante inteligente e competente nas suas funções na
empresa do avô e do tio, mas no que toca a relacionamentos, não se mostra uma
pessoa muito sociável, refugia-se no trabalho, mostrando a sua enorme competência para os negócios, consegue
resolver e arranjar solução para tudo, surpreendendo todos os que o rodeiam com a sua aptidão.
Quando está a correr
tudo bem, perde a sua família, a única que sobrevive, ninguém sabe como, é a filha mais velha, que ao contrário do pai adora os pássaros.
William com este episódio negro na sua vida, perde um pouco o rumo, até que um personagem misterioso, sinistro se
encontra com ele e lhe propõe algo que deixa o leitor muito curioso, a
autora consegue deixar-nos na expectativa até ao fim sobre aquilo que teriam
falado ou mesmo acordado um com o outro, tornando esta história ainda mais
envolvente.
O facto é que o acordo que fez com o homem mistério, levam a que
William se torne num brilhante homem de negócios na cidade Londrina, até o passado o voltar a
assombrar.
No fundo trata-se de
uma história sobre culpa, que William carrega, algo que fez na sua infância e que nunca esqueceu, faz com que carregue esse sentimento, apesar de terem
passado longos anos, aquele incidente na sua infância definiu e marcou para
sempre a sua vida.
A autora envolve-nos,
nesta narrativa muito misteriosa, que nos faz ver a vida e a morte de outra perspectiva, passando uma mensagem de que existem actos praticados que nunca são
esquecidos e que podem ter retorno naqueles que os praticam.
Mais um excelente livro
de Diane Setterfield, com uma escrita envolvente e cativante, dá-nos uma
narrativa diferente, obscura, inquietante, mas que torna o livro muito bom, recomendo sem dúvida alguma.
Pode ler sobre o livro O Homem que Perseguia o Tempo aqui
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