25/06/2014

Um Amor na Cornualha, de Liz Fenwick (opinião)



Opinião:
Sou completamente fascinada pela Cornualha, desde que li há uns bons anos um livro em que história era passada neste condado de Inglaterra, não resisto a ler narrativas que se passem nesta zona. Acho sempre que se trata de um lugar que além de ser verdejante e junto do mar tem o seu que de misterioso, adorava visitar.
Um Amor na Cornualha começa com a personagem Jude prestes a casar, mas na hora H foge do altar, ninguém consegue perceber porque fez tal coisa. O facto é que Jude não estava a fazer algo que queria para si, mas estava sim a fazer a vontade dos outros, mais concretamente da mãe, que no fundo dirigia a sua vida, pois nunca deixou de ser apenas uma sombra, após a morte da sua irmã.
Jude consegue-se libertar, mesmo sabendo que vai ter consequências e que dificilmente a vão perdoar, mas está disposta a correr esse risco antes que seja tarde demais. Precisa de se afastar de tudo e de todos, e tentar um novo começo.
Resolve abandonar o país e refugia-se na casa de uma tia em Oxford, a tia consegue arranjar-lhe um emprego numa casa na Cornualha, em Pengarrock, vai ajudar o proprietário a catalogar a extensa biblioteca da família Trevillion.
Apaixona-se de imediato pela casa e pelo local, por tudo o que a rodeia, e aqui autora brinda-nos com descrições detalhadas sobre este lugar idílico, de sonho, com campos verdejantes, o rio, o mar, as pessoas da localidade.
Mas... como em todas as famílias, os Trevillion, também tem segredos, uma tragédia ensombra este lugar,  Jude depressa se apercebe que existe algo envolto em mistério, em torno dos antepassados da família e de uma jóia desaparecida.
Começa a catalogar os documentos e em simultâneo vai remexendo no passado, subitamente acontece algo ao dono da casa, colocando em risco Pengarrock, e aqui temos uma Jude determinada e numa corrida contra o tempo a tentar descobrir os segredos guardados, e numa busca desenfreada da jóia, para impedir que este lugar seja vendido, acreditando que a jóia poderá ser a solução.
Será que Jude no meio deste conflito todo acaba por se encontrar finalmente?
E Tristan o proprietário, que não tem interesse no lugar, devido ao seu passado conturbado, afastou-se e não sente afinidade por este lugar. Será que ambos acabam por encontrar o seu caminho, e ultrapassar todos os traumas de uma infância que os marcou e deixou cicatrizes?
Liz criou personagens que nos cativam como Jude, que tem um sentido de humor muito peculiar, que me fez sorrir diversas vezes, e até mesmo o empertigado do filho do dono de Pengarrock, Tristan me seduziu, a empregada da casa Helen também é uma personagem cativante, o próprio enredo com mistério em torno desta família, principalmente em torno dos seus antepassados ajudam a tornar esta narrativa atractiva para o leitor.
Depois os cenários descritos são simplesmente magníficos, a autora consegue transportar-nos para este local e imaginar-nos dentro daquela casa, onde conseguirmos visualizar o rio em dias ensolarados, e noutros ficar envoltos num denso nevoeiro, cada um com a sua beleza muito própria.
Em suma uma narrativa envolvente, que se lê muito bem, um romance que mistura intriga e mistério, conflitos familiares, mas também trata-se de mudanças e novos recomeços,  de decisões para aqueles que acreditam e que querem mudar. Aproveitem o verão para se deliciar com esta leitura. Gostei e recomendo.

Pode ver o livro Um amor na Cornualha aqui

 

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