Opinião:
Quando
o Ódio Matar, trata-se de um thriller psicológico
intenso, que nos agarra do principio ao fim, mesmo como eu gosto.
Uma
narrativa onde se entrelaçam duas histórias, Elizabeth Hjort, esposa
e mãe de dois meninos, desaparecida há 2 meses, aparece morta num lago.
A investigação vai ser
feita por três mulheres que há partida nada tem em comum, Júlia Almliden e Ing-Marie Andersson ambas jornalistas, obstinadas e persistentes em desvendar o caso, e
Anna Eiler a inspectora.
E o interessante nesta
investigação é o facto das jornalistas estarem sempre um passo à frente da
policia, são mais perspicazes em descobrir provas e pistas do que a própria
policia que está a investigar. Apercebemo-nos ao longo
da leitura que estas três mulheres escondem segredos.
E se num capitulo
acompanhamos a investigação, no seguinte temos um narrador incógnito, sabemos que
se trata de uma mulher, que nos vai contando como foi o seu passado, uma infância traumatizante, cresceu com um pai violento e agressivo, que agredia as
mulheres fisicamente, e os filhos verbalmente, o que fez com que ficasse com
traumas psicológicos profundos, e que sem dúvida moldou o seu carácter para
sempre.
A autora conseguiu criar um enorme mistério em torno desta
mulher, não sabemos de quem se trata, pode ser uma das três mencionadas, e o facto é que
se adensa à medida que vamos avançando no livro, pois ela está a elaborar minuciosamente um plano para matar o pai, nada é deixado ao acaso, cada detalhe
é muito bem ponderado, e pensado, somos arrebatados através
de flashbacks da sua infância, na forma descritiva e nos detalhes, sobre os actos do pai, que nos faz entender, perceber o porque desta sua obsessão.
É realmente perturbador e arrepiante ler o relato desta vitima de violência psicológica, é impossível ficar indiferente. O livro aborda um tema
sério e preocupante que é a violência doméstica, prática comum na Suécia, um alerta deixado pela autora para este problema que grassa o país.
Referente ao enredo somos envolvidos num completo
suspense até praticamente ao fim, com ambas as histórias, a tentar
perceber quem é o assassino de Elizabeth, mas também quem é a mulher que planeia a morte do pai, pois todas tem segredos e problemas com o passado, por isso, o facto é que pode
ser uma qualquer. E poderíamos pensar que esta mulher tem laivos de loucura, e quiçá tenha mesmo, quem não ficaria traumatizado com uma infância assim?
Muito bem escrito, com
personagens credíveis, profundas, é um enredo que nos envolve pelo ritmo, e
pelo suspense, sem deixar uma única ponta solta, tudo se encaixa e tudo tem a
sua lógica.
Um thriller que nos
imerge não só numa investigação de um homicídio, como também nas memórias de
uma mulher e nos seus planos de acabar com a vida do seu perpetuador, com uma frieza
fora de serie. Trata-se de uma leitura compulsiva e viciante, intensa e arrebatadora. Muito bom, gostei imenso. Mais um excelente livro da Planeta.
Pode ler mais sobre o livro Quando o Ódio Matar aqui
0 comentários:
Enviar um comentário