Opinião:
E temos o 5.º volume da série Crime à Hora do Chá - Quem Matou o Almirante? Sou fã destes policiais
clássicos, em especial da escritora Agatha Christie.
Este livro foi publicado
pela primeira vez há oitenta anos, a sua peculiaridade é que foi escrito por vários autores, começa pelo
prólogo e seguem-se doze capítulos e cada capitulo foi escrito por um autor diferente, cada um deles escreveu sobre o enredo e sobre
as personagens em questão e teve que deixar pistas e soluções para o autor
seguinte, quando este pega tem que
seguir o raciocínio do anterior e continuar com a história, de modo a que o leitor continue a ler sem notar que o capitulo seguinte transitou ou mudou de mãos, e o
certo é que tirando uma outra nuance no estilo de escrita, se não soubesse que
foi escrito por doze pessoas diferentes, talvez nem se desse por isso.
A narrativa começa com o
aparecimento de um cadáver dentro de um barco à deriva, numa típica aldeia
inglesa. Trata-se do almirante Penistone, o barco é do vigário da aldeia, um lugar pequeno onde todos se conhecem e sabem da vida uns dos outros.
O inspector Rudge vai
estar abraços com um longo trabalho de investigação, de interrogatório, vai tentar saber quem
foi que viu o almirante a última vez com vida e seguir todos os passos da
vitima e daqueles que estiveram com ele.
E é com mestria que cada
autor vai lançando as pistas de quem poderá ser o suposto suspeito, através de provas que o inspector vai encontrando, e se num
capitulo podemos desconfiar de um dos personagens, no seguinte já nos pode
levar a que se desconfie de outro completamente diferente. Todas as suspeitas
que podemos ter num capitulo sobre alguém, no próximo recaem noutra pessoa, gosto imenso disso, deixarem o leitor numa constante
interrogação, e pensar que afinal não era nada daquilo que estava a pensar.
O interessante nisto
tudo é que nenhum dos autores sabe o que outros estão a pensar ou qual a
solução que arranjaram para deslindar este homicídio.
É completamente imprevisível saber através das pistas que vão deixando, quer nos
interrogatórios que o inspector vai fazendo quer nas descobertas ao longo das investigações, acho que foi um desafio muito bem conseguido, graças à habilidade
deste autores em escrever este enredo com suspense e mistério,
Criaram personagens
muito credíveis, que nos vão despertando a curiosidade em cada capitulo, os
cenários daquela aldeia tão típicos adequam-se na perfeição ao crime perpetuado.
Agarrar nas pontas
soltas do que escreveu o autor anterior, parece tarefa fácil para quem está a
ler, e deixar incógnitas e perguntas no ar para manter
o suspense até ao fim, onde somos presenteados com um final que se enquadra na
perfeição neste enredo, que não foge em nada às expectativas que foram sendo
criadas, tudo se interliga e tudo faz sentido.
O certo é que
conseguiram manter o mistério até ao deslindar do crime, sem que se descubra quem foi o culpado,
e por isso somos surpreendidos quando nos dão a conhecer quem foi
assassino, mais um policial clássico no seu melhor. Gostei é claro.
Pode ler mais sobre o livro aqui Quem Matou o Almirante? THE DETECTION CLUB
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