Uma Senhora Nunca
Patrícia Müller
Género: Romance
Série: língua comum
N.º de páginas: 280
Data de lançamento: 15 de abril
Capa: Rui Cartaxo Rodrigues
PVP: 16,60
Série: língua comum
N.º de páginas: 280
Data de lançamento: 15 de abril
Capa: Rui Cartaxo Rodrigues
PVP: 16,60
Nenhuma vida foi a mesma depois de 25 de Abril de 1974. A de Maria Laura não foi exceção.
Depois do romance Madre Paula, Patrícia Müller – que escreve sempre que pode e onde pode e espera fazê-lo – regressa aos livros. Partindo da vida da sua bisavó, documentada em retratos e conversas, conta em Uma Senhora Nunca uma parte da história do século XX e traz à luz da ficção a vida de quem se viu despojado em lugar de inebriado. Maria Laura é a protagonista.
Para escrever este livro, Patrícia Müller contou com a ajuda da avó que um dia lhe disse: «Sabias que a minha mãe tinha sido raptada pelo meu pai?» As conversas entre as duas duraram muitos meses e resultaram neste livro, que recua aos tempos da I República, atravessa o Estado Novo e termina depois da revolução de Abril, arrastando consigo personagens que vivem sempre à beira do abismo. Foi uma experiência irrepetível, mas talvez todas as experiências da autora sejam, para ela, irrepetíveis. Patrícia Müller (nascida em Lisboa, em 1978) escreveu reportagens, séries, telenovelas, telefilmes, crónicas.
Sinopse
Maria Laura é senhora desde que nasceu. Oriunda de uma família antiga e latifundiária, nunca trabalhou um dia na vida. Casa-se, tem filhos, gere um país próprio – o apartamento onde mora numa zona rica de Lisboa. Cuida de vivos e de mortos com devoção cristã. Depois, enlouquece de medo e de rancor contra todas as mudanças que vêm com a revolução de abril de 1974.
Esta é a vida de Maria Laura, da sua insignificância e das suas memórias familiares. Mas também a história de um amor pelo filho do marido, a da obsessão em cumprir regras que nunca discutiu, a da demência que a transporta até à morte. E a resistência aos turbilhões sentimentais, a vitória da vida sobre o tempo que nos devora.
Esta é também uma narrativa romântica, violenta e voluptuosa da vida dos pais e dos filhos, extensões naturais dos braços tentaculares da Senhora. E uma história intimista e sexual do século XX: uma família que vive com o poder e a glória – e que tudo perde com o 25 de abril.
Esta é a vida de Maria Laura, da sua insignificância e das suas memórias familiares. Mas também a história de um amor pelo filho do marido, a da obsessão em cumprir regras que nunca discutiu, a da demência que a transporta até à morte. E a resistência aos turbilhões sentimentais, a vitória da vida sobre o tempo que nos devora.
Esta é também uma narrativa romântica, violenta e voluptuosa da vida dos pais e dos filhos, extensões naturais dos braços tentaculares da Senhora. E uma história intimista e sexual do século XX: uma família que vive com o poder e a glória – e que tudo perde com o 25 de abril.
Excertos de Uma Senhora Nunca:
«Maria Laura distrai-se: a voz marido a culpála. Sim, ela podia ser ríspida por vezes. Áspera, em alguns dias. Uma cabra, diriam as criadas, quando não diziam uma santa. Mas Carlos tinha uma forma particular de a fazer sentir-se mal sem a agredir. Carlos – para lhe destroçar a alma – usava a gentileza, uma submissão trocista que ela detestava, porque acentuava a frieza com que os dois se relacionavam fisicamente. Ela sabia que ele tinha uma vida secreta, amigos e amantes.»
«Maria Laura distrai-se: a voz marido a culpála. Sim, ela podia ser ríspida por vezes. Áspera, em alguns dias. Uma cabra, diriam as criadas, quando não diziam uma santa. Mas Carlos tinha uma forma particular de a fazer sentir-se mal sem a agredir. Carlos – para lhe destroçar a alma – usava a gentileza, uma submissão trocista que ela detestava, porque acentuava a frieza com que os dois se relacionavam fisicamente. Ela sabia que ele tinha uma vida secreta, amigos e amantes.»
«Quando Maria Laura chegou a casa, não havia ninguém nas ruas. Rezou. Tanto rezou que os nós dos dedos avermelharam no contacto uns com os outros. Rezou sem saber porque rezava. Um abismo instalou-se dentro dela, mas não era o primeiro. Era medo. Rezou para afastar o mal. Não dormiu. Dores nas têmporas. Palpitações. A certeza absoluta de que o fim estava para breve. Pediu que nada acontecesse nas vinte e quatro horas seguintes. O pedido não foi atendido.»
«Não apanhou ‘E depois do Adeus’ às onze, nem ‘Grândola Vila Morena’, vinte minutos depois da meia-noite Ficou estupefacta quando Lucinda lhe explicou que eram as senhas da revolução. Não parecia fazer sentido que a onda média, a santa onda média de flores roxas, pudesse também ser portadora do fim do mundo – do mundo certo.»
«Para a construção de personagens? Tenho aprendido a olhar». Patrícia Müller em entrevista a Anabela Mota Ribeiro (revista Máxima 2011).
Sobre a autora:
Patrícia Müller nasceu em Lisboa, em 1978. Estudou Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa, e começou a vida profissional como jornalista na Elle. Colaborou com outras revistas e estreou-se na televisão em 2000. Inaugurou a carreira de argumentista em 2002 e, desde então, tem escrito filmes, séries, telefilmes, novelas. Em 2014 lançou Madre Paula, romance histórico baseado na relação entre D. João V e uma freira de Odivelas. Uma Senhora Nunca é a primeira proposta totalmente ficcionada. Aliás, parcialmente ficcionada – porque esta é uma história baseada na bisavó da autora.
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