12/03/2017

Anna e o Homem Andorinha, de Gavriel Savit



Opinião:
Anna e o Homem Andorinha, é um livro diferente de outros livros que já li sobre a Segunda Guerra Mundial, fui para esta leitura com uma ideia, e não foi nada daquilo de que estava à espera, que leitura maravilhosa.
Anna é uma menina precoce, que vive em Cracóvia com o pai, cuja profissão é a de professor, decorre o ano de 1939, a relação entre ambos é bastante estreita, a sua educação é levava com rigor, ao ponto de aos sete anos falar várias línguas. De repente Anna vê-se privada da companhia do pai quando os alemães o levam, ficando sozinha.
Até que se cruza com um homem enigmático, um personagem misterioso, o Homem-Andorinha, é ardiloso em fugir dos soldados, em sobreviver, em passar despercebido, astuto o suficiente para não se deixar apanhar. Anna sente que pode confiar e ficar em segurança junto dele, tal como ela também sabe outras línguas, e tudo o que ele faz impressiona e fascina a menina ao ponto de esta o querer seguir.
E esta história apesar ter como cenário a guerra, não é sobre esta que o autor escreve, é sobre estes dois protagonistas, da sua odisseia pela sobrevivência e do elo de ligação que acabam por criar, pois mesmo no meio de tanta desumanidade havia sempre alguém que se destacava pela diferença, com bondade suficiente para ajudar os mais fracos. A relação de amizade entre estes dois personagens vai crescendo ao ponto de se tornarem pai e filha, protegendo-se mutuamente sempre que seja necessário, durante todo este percurso, conseguem ver o lado positivo que os impulsiona a querer continuar a viver.
Este romance de estreia do autor Gavriel Savit, conseguiu surpreender-me ao criar uma história tão especial e original, tendo como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial, mas não se debruçando sobre as atrocidades cometidas, pois já li muitos livros sobre este tema, e este livro chega a ser poético, foi escrito com sensibilidade, mas não poderia ser de outra forma, porque todos os acontecimentos que dão origem a esta história chegam até nós através dos olhos de uma criança, e de como ela vê o mundo e as pessoas, na sua forma mais pura e inocente. É uma leitura comovente que nos faz reflectir e questionar durante e no final da mesma, mas nem tudo chega a ser respondido. Quero salientar que gosto imenso da simplicidade da capa, torna-a muito bonita.


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