A Rapariga Mais Sortuda do Mundo, de Jessica Knoll

Opinião:

Livro de estreia de Jessica Knoll, tem como protagonista Ani FaNelli, bem-sucedida tanto na vida pessoal como na profissional, tem um noivo rico, um excelente emprego, nada podia correr melhor, se não fosse o facto de que a sua vida seja uma perfeita mentira.

Não fiquei agarrada às primeiras páginas, pois ler sobre a sofisticada Ani, não me dizia nada, uma personagem que se esconde por detrás de uma máscara cheia de glamour, que passa uma imagem de felicidade e tem um autocontrole que ninguém desconfia, obcecada por dietas, em suma trata-se de uma pessoa fútil. Não senti empatia por esta personagem durante toda a leitura, a sua forma agir, a sua personalidade não cativa o leitor, e só mais à frente é que percebemos e começamos a entender porque é que age e tem atitudes que tem, vive ensombrada pelo passado. Mas é engraçado que não me senti cativada por nenhum dos personagens, a forma como a autora os retrata, não os aproxima do leitor, não sei se foi propositado ou não.

Só mesmo quando o passado de Ani começa lentamente a vir ao de cima é que as peças começam a encaixar-se e explicam a sua maneira de ser e de agir, à medida que os segredos vão sendo revelados, isto em capítulos alternados, vamos pouco a pouco ficar a saber que um acontecimento traumático a marcou durante a adolescência e isso teve repercussões na idade adulta, e formou a sua personalidade, que por detrás está uma Ani diferente que aprendeu a camuflar os seus sentimentos, apesar de não justificar as suas acções no presente. São precisamente esses capítulos que revelam o seu passado que tive mais interesse  em ler, deixaram-me curiosa, foi o desmantelar o passado da protagonista, o que quanto a mim salva esta narrativa, e no final haver algumas surpresas que não se está à espera. É por isso que apesar de não ser uma leitura que agarre, recomendo que leiam e tirem as vossas ilações. Li algures que a autora se baseou na sua história pessoal para escrever o livro, a ser verdade isso deixou-me a pensar. 

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