Opinião:
Gostei logo do titulo, pois adoro café, gostava de conhecer
Itália onde se passa esta história, por isso este livro tinha tudo para me conquistar e conseguiu sem
dúvida alguma.
A acção de Café Amargo, decorre na Sicília, no
final do séc. XIX, e é sobre uma saga familiar, tem como protagonista a jovem Maria, forte, inteligente, com
uma visão muito à frente do que era suposto nas mulheres nesta altura, e é sobre a história da sua vida, e de todos os que a rodeiam, sobre laços
familiares, sobre segredos guardados, sobre paixões proibidas, sobre as vicissitudes da vida que a levam por altos e baixos, mas nada a derruba, nem se deixa abalar pelas pessoas que a rodeiam e lhe
amargam a vida.
Um romance com um leque de personagens vasto, mas bem estruturadas, uma história que recria a época em que se vivia, o papel da mulher na sociedade e no seio familiar, eram insignificantes, via-se na repressão, na violência
doméstica, nos tabus, na forma como lidavam com a infidelidade e traições. Depois por outro lado temos a componente histórica que dá-nos a conhecer o sofrimento de um povo
sujeito à fome e miséria, a trabalhar em condições desumanas, dá-nos um vislumbre
de como foi para estas pessoas passarem por duas guerras mundiais que grassaram
as Europa incluindo Itália.
Café Amargo, foi uma leitura que me
surpreendeu bastante, um género literário que gosto muito, muito mesmo, nota-se
que a autora fez uma pesquisa apurada sobre a época, pois é detalhada nos pormenores,
tem uma escrita magistral, cuidada, consegue arrebatar-nos com esta história bem construída e envolvente, concluindo a mesma com um final marcante, ao qual não fiquei indiferente.
É um livro que cativa ao virar de cada página, apreciei
e li com muito prazer, sempre acompanhada de um café, ou não fosse eu amante
desse néctar dos deuses, e, que tal como a vida pode ser servido doce, intenso ou
amargo. Gostei imenso, muito bom, recomendo.
(lido em Agosto)
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