07/03/2018

O Homem de Giz, de C. J. Tudor



Toda a gente tem segredos.
Toda a gente é culpada de alguma coisa.
E as crianças nem sempre são inocentes. 
Opinião:
Sei que não sou a única a achar que esta capa é tão gira, já para não falar da lombada fabulosa. 
Quanto ao livro, O Homem de Giz, é um thriller muito bom, narrado do ponto de vista de Eddie Adams, de 42 anos, professor. Quando Eddie recebe uma carta com um pedaço de giz, a mesma vai despoletar na sua memória várias recordações, volta de imediato à sua infância, àquele verão de 1986, e, através dele somos levados entre o presente e o passado, em capítulos alternados, à época em que era um miúdo de doze anos, vai nos relatando as suas aventuras com os seus melhores amigos Gav, Mickey, Hoppo e Nicky, aquele foi o verão que mudou as suas vidas para sempre.
Tudo começou com uma simples brincadeira, um pedaço de giz desencadeia um jogo que eles nunca pensaram que fosse ter a dimensão e consequências que teve, sendo crianças, não iriam pensar que tal acto de brincar, os levasse a algo insólito e macabro, a descoberta de um cadáver...
Passados trinta anos, será que o jogo está de volta? E com ele regressam os segredos, as mentiras, que tinham ficado num passado tão distante...
A autora foi brilhante na forma como nos agarra com este enredo magnifico, com simples figuras de giz, algo inofensivo, conseguiu uma história sinistra com requintes de malvadez, onde os personagens são tão reais, tão bem construídos, é impossível ficarmos indiferentes, choca com algumas cenas, que demonstram o quanto os adolescentes podem ser cruéis uns com os outros, e esconder segredos que não passam pela cabeça de ninguém.
Ao longo da narrativa as pistas vão sendo deixadas, de forma a aguçar-nos a curiosidade, lançam-nos suspeitas que nos fazem interrogar sobre quem será o culpado.
Outra coisa que gostei foi o facto de sentir algum desconforto durante a leitura, incomoda, mas ao mesmo tempo é bom, quem é amante de policiais vai entender o que digo, pois é aquele tipo de livro com cenas bastante gráficas, mas que eu pessoalmente gosto. Depois algo no final deixou-me de queixo caído, o que certa personagem esconde, só sei que fiquei acordada até tarde para terminar, para chegar ao fim, e ainda que o final seja previsível, não tira nenhum mérito, antes pelo contrário.
Para primeiro livro está de parabéns, pela escrita impecável, arrebatadora, pelo enredo original,  intenso, arrepiante, cheio de reviravoltas, só posso recomendar, é muito bom.


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