Os
bolos e os doces são a face visível do açúcar. Mas o verdadeiro perigo
esconde-se na grande quantidade de produtos à venda com designações
enganosas que nos levam a pensar que estamos na presença de alimentos e
bebidas saudáveis. Esta
premissa levou o Ministério da Saúde a lançar recentemente uma campanha
publicitária com o objetivo combater o consumo de açúcar em excesso e
alertar para os alimentos onde este ingrediente está "escondido".
Afinal, um terço das crianças portuguesas tem excesso de peso e sofre,
ou já sofreu, de obesidade. Na população adulta essa percentagem sobe
para mais de 50%.
A
presença do açúcar em alimentos processados e bebidas industriais veio
aumentar em grande escala o consumo desta substância, que em poucos anos
deixou de ser considerada um luxo alimentar gerador de prazer para se
revelar um verdadeiro inimigo da saúde. Mas como aconteceu essa mudança?
Que perigos oferece, de facto, o açúcar para a nossa saúde? Que doenças
se desenvolvem especificamente a partir do seu consumo exagerado? E,
acima de tudo, o que podemos fazer para reduzir este consumo e regressar
a hábitos alimentares mais saudáveis?
Em Açúcar: O Inimigo Invisível (Vogais | 256 pp | 16,59€), Miguel Ángel Almodóvar,
investigador na área da saúde e alimentação, analisa de forma séria e
imparcial os riscos que o consumo desenfreado de açúcar comportam para a
saúde, contribuindo para o aumento da taxa de obesidade e,
consequentemente, da proliferação de doenças como a diabetes tipo 2, a
síndrome metabólica, os problemas cardiovasculares e até o cancro. Os primeiros capítulos estão disponíveis para leitura aqui.
Há mais de 26
séculos, Hipócrates, médico da Grécia Antiga, sentenciou que somos o que
comemos e que o alimento deve ser o principal medicamento e o fundamento,
estando presente, ou não, para a saúde humana. Desde então, a ideia foi-se
aperfeiçoando e desenvolvendo. Com o tempo, fomos descobrindo que não somos o
que comemos, mas sim o que assimilamos do alimento. Recentemente, descobrimos
que somos a soma do que comemos e do que o nosso microbioma, um ecossistema
formado por 100 biliões ou 100 milhões de milhões de microrganismos alojados no
nosso sistema gastrointestinal, come. Poderia parecer que estas descobertas
foram gerando complexidade e promovendo a confusão, mas, pelo contrário, estas
revelações e o conhecimento acumulativo vieram explicar-nos que a nossa saúde e
qualidade de vida, bem como o nosso desconforto, mal-estar ou doenças mais ou
menos cronificadas, dependem de determinados alimentos e das combinações entre
eles.
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