10/05/2018

VOGAIS: Açúcar: O Inimigo Invisível, de Miguel Ángel Almodóvar

Os bolos e os doces são a face visível do açúcar. Mas o verdadeiro perigo esconde-se na grande quantidade de produtos à venda com designações enganosas que nos levam a pensar que estamos na presença de alimentos e bebidas saudáveis. Esta premissa levou o Ministério da Saúde a lançar recentemente uma campanha publicitária com o objetivo combater o consumo de açúcar em excesso e alertar para os alimentos onde este ingrediente está "escondido". Afinal, um terço das crianças portuguesas tem excesso de peso e sofre, ou já sofreu, de obesidade. Na população adulta essa percentagem sobe para mais de 50%. 
A presença do açúcar em alimentos processados e bebidas industriais veio aumentar em grande escala o consumo desta substância, que em poucos anos deixou de ser considerada um luxo alimentar gerador de prazer para se revelar um verdadeiro inimigo da saúde. Mas como aconteceu essa mudança? Que perigos oferece, de facto, o açúcar para a nossa saúde? Que doenças se desenvolvem especificamente a partir do seu consumo exagerado? E, acima de tudo, o que podemos fazer para reduzir este consumo e regressar a hábitos alimentares mais saudáveis? 
Em Açúcar: O Inimigo Invisível (Vogais | 256 pp | 16,59€), Miguel Ángel Almodóvar, investigador na área da saúde e alimentação, analisa de forma séria e imparcial os riscos que o consumo desenfreado de açúcar comportam para a saúde, contribuindo para o aumento da taxa de obesidade e, consequentemente, da proliferação de doenças como a diabetes tipo 2, a síndrome metabólica, os problemas cardiovasculares e até o cancro. Os primeiros capítulos estão disponíveis para leitura aqui.
Há mais de 26 séculos, Hipócrates, médico da Grécia Antiga, sentenciou que somos o que comemos e que o alimento deve ser o principal medicamento e o fundamento, estando presente, ou não, para a saúde humana. Desde então, a ideia foi-se aperfeiçoando e desenvolvendo. Com o tempo, fomos descobrindo que não somos o que comemos, mas sim o que assimilamos do alimento. Recentemente, descobrimos que somos a soma do que comemos e do que o nosso microbioma, um ecossistema formado por 100 biliões ou 100 milhões de milhões de microrganismos alojados no nosso sistema gastrointestinal, come. Poderia parecer que estas descobertas foram gerando complexidade e promovendo a confusão, mas, pelo contrário, estas revelações e o conhecimento acumulativo vieram explicar-nos que a nossa saúde e qualidade de vida, bem como o nosso desconforto, mal-estar ou doenças mais ou menos cronificadas, dependem de determinados alimentos e das combinações entre eles.
 


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