04/06/2018

O Pântano dos Sacrifícios, de Susanne Jansson


Opinião:
O Pântano dos Sacrifícios, chegou cá a casa como exemplar de avanço, e gostei imenso do pormenor das moedas na capa, fiquei de imediato intrigada, sobre o que é que aquelas moedas de dez coroas poderiam significar no enredo do livro. E depois como gosto imenso de histórias sombrias cuja trama se passe em ambientes da natureza, sinistros cuja atmosfera que rodeia tenha nevoeiro, humidade, escuridão, neste caso um pântano, e que mistura um pouco de sobrenatural, fiquei cativada.
Nathalie uma jovem estudante bióloga, regressa às suas origens, com o intuito de estudar o solo do pântano, mas acaba por desenterrar mais do passado do propriamente do solo pantanoso, trata-se de uma personagem que desde o inicio nos intriga, percebe-se que tem um passado ligado àquele local, e deixa-nos pensar sobre o que é que de facto faz ali naquele lugar, será expiação, ou a procura incessante que tem de encontrar respostas para os fantasmas do passado que a perseguem, uma personagem que me intrigou.
Acaba envolvida em algo mais sinistro, quando salva a vida de um homem, ao encontra-lo inconsciente, foi agredido violentamente e não sabem se sobreviverá, por isso a polícia é chamada ao local e começa a investigar. E ao investigarem sem querer dão com um cadáver enterrado, e com ele vem uma lenda em que os habitantes acreditam, este pântano exige sacrifícios, e para aplacar os espíritos e as pessoas vivam em paz é preciso oferendas. Será que todas as pessoas que foram desaparecendo ao longo dos anos, encontram-se no pântano? 
A autora leva-nos por este ambiente sinistro de uma forma muito cativante, não sendo de leitura compulsiva, deixa-nos intrigados durante a leitura, conforme vão sendo descobertos mais cadáveres e se vai descobrindo segredos dos próprios habitantes de Mossmarken, uma localidade muito pequena, onde se conhecem uns aos outros, isto através de Maya, quanto a mim a personagem com mais destaque, a fotografa artística, mas também forense, pois é através dos seus olhos, da lente da sua câmara fotográfica, que se começa a descortinar algo mais profundo e nos deixa em suspense nesta investigação, no fundo é ela que a faz andar para a frente. Gostei da forma como somos levados lentamente a descortinar o que se passou naquele sitio há tantos anos.
Apesar de o enredo não ser intenso, prende-nos, está muito bem escrito pela forma como a autora desenvolve a história, com todo o misticismo, e lendas em torno daquele que ficou conhecido pelo pântano dos sacrifícios, pelas descrições em detalhe de todo o ambiente, e finalmente porque consegue surpreender com algo que é revelado, e que no fundo é inesperado para quem está a ler, por tudo isso gostei bastante.


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