Opinião:
Vida é uma rapariga de
19 anos que nunca soube o era viver no sentido da palavra, devido a ter
problemas no coração desde que nasceu, pode morrer a qualquer momento se não
fizer um transplante. Mas para ela viver alguém vai ter que morrer. E quando
isso acontece Vida recebe um coração e finalmente tem a oportunidade de
aprender a viver e conhecer o mundo lá fora. Primeiro porque devido à sua
fragilidade não podia sair e via o mundo da sua janela, e segundo sob a super
protecção de uma mãe que a sufoca que não permitiu que crescesse, pois vivia isolada de tudo.
Tem apenas uma amiga
que vive no prédio Esther, uma judia alemã, que sobreviveu ao holocausto, de
trato difícil, mas que apesar da sua aparente frieza nutrem um carinho especial
uma pela outra, oferece-lhe um amuleto que a acompanhou a vida toda e também oferece-lhe
um livro em branco onde pode escrever as coisas mais importantes. A primeira
atitude de Vida é registar tudo num diário, pois descobre que afinal vai viver
e quer que fique tudo bem escrito até mesmo todo o processo da sua operação, o
transplante.
Agora será que Vida
sabe o que fazer? Ou sente-se sem rumo? Será que consegue daqui para frente
viver? Para já quer saber a quem pertence o coração. Sente algo dentro dela
memórias que não são suas e tem uma enorme necessidade de ir a lugares que sabe
que nunca foi, mas que por qualquer razão sente que já lá esteve.
Este livro é relatado a
duas vozes a de Vida e a de Richard.
Ao mesmo tempo que
Richard o marido da dadora também quer e não quer conhecer quem recebeu o coração da sua
esposa, ele vive num vazio profundo devido à sua enorme perda. E tudo isto envolve
muitos sentimentos complexos ao longo desta história.
Quando se conhecem Vida
diz que está apaixonada por Richard, como é possível?
O assunto principal
desta história faz com que a comunidade cientifica esteja divida – será que há uma memória celular, que leva as
pessoas transplantadas “herdar” os gostos e recordar coisas que não viveram que são do
dador? Será que isso acontece mesmo? Não há certezas. Mas pode um coração fazer isso? Não é o cérebro que comanda tudo? Mas as pessoas transplantadas sentem
algo.
É uma história estranha
que nos faz pensar. Envolvente, emotiva, enternecedora, uma leitura cativante
que se faz rápida, prova que existem segundas oportunidades, as quais devemos
agarrar. Também nos faz reflectir num assunto de grande importância, ser dador
significa salvar vidas, todos devíamos pensar nisso. Um bom livro que gostei de
ler e recomendo.
É o segundo livro que leio da autora "Favores em Cadeia" e "Não
Deixes Que Me Levem."
Pode ver o livro aqui
Pode ver o livro aqui
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