Foi na companhia deste
pequenino e delicioso livro que terminei as minhas leituras em 2013, e não podia
ser da melhor forma, li num ápice esta narrativa com 84 páginas, escrito em
forma de diário, soube-me a pouco.
Conta-nos a infância de Heinrich um alemão que foi viver
com os pais para a Polónia, pois o pai
não queria que o filho vivesse e crescesse num país onde imperava o
preconceito, o ódio pelas raças inferiores, a "ideologia nazista” de Adolf Hitler, que os alemães seguiam.
Rapidamente criamos
empatia e nos identificamos com o protagonista e pelo seu amor aos livros, porque o pai fez questão de inculcar-lhe desde muito cedo o gosto pela leitura, e Heinrich teve o privilégio de ter contacto com os mesmos, pois o pai trabalhava numa livraria e era lá
que passava imensas horas, a ler, a examinar e a cheirar as sua páginas, naquele imenso mundo só
de livros.
Mas tudo mudou quando
se deu a Segunda Guerra Mundial e se mudaram para a cidade de Varsóvia, foi onde conheceu o seu melhor amigo Jósef
(judeu), que tocava magnificamente violino, criaram laços de amizade tão fortes que nada os conseguiu separar, apesar
de todos os horrores que uma guerra possa trazer, mesmo quando Jósef e todos os judeus foram
levados, Heinrich nunca desistiu do amigo.
E é aqui que
encontramos a beleza deste livro é que mesmo durante um período marcante da história mundial, no meio do caos, da guerra, da desgraça, sempre existiram gestos de enorme humanidade, Heinrich salva a vida de Jósef, no meio do horror, mesmo correndo perigo de vida.
A autora com uma enorme
sensibilidade consegue com esta história transmitir-nos o enorme poder dos
livros, da amizade e da música, e o que fazem
pelos seres humanos, une as pessoas nos momentos mais difíceis, independentemente de raça, cor, sexo, idioma, crença religiosa.
Um livro indicado para
jovens leitores dos 10 aos 14 anos para ficarem com uma pequena noção deste episódio
negro da história da humanidade, o Holocausto, e assim prevalecer bem vivo nas suas mentes e de
todas as gerações no presente e nas vindouras para que nunca mais se repita. Recomendo.
“Afinal, é possível
sobreviver, é possível ultrapassar o sofrimento, mas há dores que ninguém
consegue arrancar-nos de dentro do peito. Adormecemos a dor, mantemo-la
sossegada anos a fio, a hibernar como os ursos.”
Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro O Caderno do Avô Heinrich
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