A Vidente de Lars Kepler

Sinopse:

«Por todo o mundo, sempre que a Polícia se depara com casos particularmente difíceis, recorre a médiuns e espíritas. No entanto, em nenhum documento figura a colaboração de um médium para a resolução de um crime.»

Flora Hansen diz-se espírita e garante ser capaz de falar com os mortos. Certo dia, ouve na rádio uma notícia sobre o caso de uma jovem assassinada num centro de acolhimento de menores e, na tentativa de ganhar um dinheiro extra, decide telefonar para a Polícia dizendo que o espírito da morta entrou em contacto com ela. No entanto, os resultados da investigação técnica atribuem a autoria do crime a outra das internas, uma jovem sensivelmente da mesma idade, que desde então está a monte.

O comissário da Polícia Joona Linna resiste à versão oficial e inicia uma investigação por sua própria conta. Mas cada nova resposta parece apenas conduzir a um novo enigma e a mais um beco sem saída. E ninguém se dispõe a ouvir a vidente, embora ela fale com os mortos.

Opinião:

É o terceiro livro que leio desta dupla fabulosa Lars Kepler, e “A Vidente” na minha opinião foi o melhor livro até agora. Ainda estou a digerir este espectacular enredo. São 532 páginas que se lêem num ápice, com capítulos pequenos, quando estava a ler pensava tenho que parar aqui, mas nunca conseguia tal era a curiosidade, acabava por ler mais 5 ou 6 capítulos.

Tudo começa com um duplo assassinato brutal, de uma adolescente Miranda, e da assistente do centro, são cometidos com extrema violência. Neste centro que acolhe jovens problemáticas o “Birgitta Center”, nessa noite quem faz companhia às jovens é Elisabeth, todas já tomaram a sua medicação e a assistente prepara-se para ir dormir também, só que ouve um barulho. As únicas testemunhas são as meninas que fazem parte do centro,  Nina, Caroline, Indie, Lu Chu, Almira, Vicky e Tuula, todas elas requerem cuidados especiais, depois de ter vivido uma infância traumática, mas à partida estão a dormir.

Quando é descoberto o corpo da jovem assassinada, também verificam que uma das miúdas fugiu, Vicky Bennet, colocando-a como a principal suspeita dos crimes macabros cometidos.

Entra em cena a policia e também o conhecido Jonna Linna, o comissário, um homem incorruptível, integro, competente, fantástico a meu ver. Também vive com os fantasmas do seu próprio passado, tudo isto vai trazer ao de cima o desaparecimento da sua esposa e filha que ocorreu há 12 anos.  Joona está em impedido de participar nesta investigação pois decorre  uma queixa no Departamento de Assuntos Internos da Polícia Judiciária. Mas nada disso o vai impedir de investigar na mesma.

Ele observa o cadáver da jovem e perguntas vão surgindo na sua mente, porque é que a jovem tapa o rosto com as mãos? Será que estava com medo? Será que não queria ver o assassino? Joona vai investigar a fundo partindo do inicio, começando bem detrás de tudo, desde as primeiras famílias de acolhimento, sem pistas, sem nada onde se agarrar, ele não desiste de procurar baseando-se naquilo que acredita e acha que aconteceu, é como se tivesse um sexto sentido. 

Flora Hansen “vidente” vai contactar a policia para lhes dizer aquilo que ela sabe, será que a policia vai dar-lhe importância? Ela apela a que a ouçam.

E vamos ler um fabuloso thriller com todos os ingredientes para nos manter agarrados, com muita tensão, muita acção, suspense, mistério, intriga, muita adrenalina, é viciante, com muitos segredos por descobrir, detalhes mórbidos, as peças vão sendo encaixadas de uma maneira muito credível. A investigação do assassino é cada vez mais intensa e vai evoluindo de forma inesperada. Mas Joona vai dando rumo às pistas que vão surgindo.

Muito bem escrito, com uma história espectacular, deixa-nos sem fôlego sem vontade de largar, por mim tinha lido este livro de seguida, com cenas bastante realistas, violentas, macabras e explicitas, chega a ser perturbador, é um livro para quem tem estômago forte.

Muito muito Bom, gostei imenso.