Opinião:
Quero agradecer ao
autor Pedro Jardim o exemplar de oferta do seu livro para leitura. Não conhecia e fiquei mais tarde a saber que também escreve
livros infantis, sendo este o seu primeiro policial.
Gosto imenso da capa,
da imagem, das cores, foi uma boa escolha, pois é muito apelativa e atractiva, e como amante de thrillers a sinopse cativou-me, mas não só deixou-me também intrigada pelo facto de o autor mencionar a nossa poetisa Florbela
Espanca que tanto gosto.
Esta narrativa começa
com as divagações de alguém que ao longo do livro demonstra ser doentio, e que
tem uma especial obsessão pelos poemas de Florbela Espanca. Depois conhecemos os principais personagens Isabel Lage, a inspectora da Brigada de Homicídios da
Polícia Judiciária, e o seu colega João Silva, além da relação profissional,
existe algo mais que os une, e é sobre isso que durante grande parte do livro o
autor se centrou, ao dar-nos pormenores dessa relação.
Quando a inspectora é
chamada a um local de crime, depara-se com um cenário algo macabro, uma jovem
foi encontrada morta, mas o seu corpo foi deixado de uma forma cuidada, e em
cima do seu rosto tem uma máscara com um poema, esta é a primeira vitima de um
serial killer, que não deixa rasto, estamos perante alguém que sabe o que está a
fazer, quando deixa os corpos das vitimas expostos no parque florestal de
Monsanto, sem uma única pista.
Não vai ser fácil para
o leitor descobrir quem está por detrás destes crimes, porque ao invés de a
narrativa se centrar na investigação dos mesmos, dispersa-se muito pelos personagens e pela
sua vida pessoal, e também nas divagações da pessoa obcecada pelos poemas e a
vida de Florbela Espanca, o que torna a leitura morosa e de ritmo lento.
Quanto a mim enquanto
leitora de policiais e thrillers confesso que gostava que a instigação dos homicídios tivesse tido mais
destaque, e que tivesse mais pistas quanto ao possível homicida, e não tão centrado no dia a dia das personagens das forças policiais, que o autor
soube explorar bem, pois as mesmas são complexas, não se deixam dar a conhecer, ocultando o seu verdadeiro eu perante os outros, também os
pensamentos do “Monstro” podiam ter sido menos maçudos, tornava a leitura mais atractiva.
Finalmente no desenrolar dos últimos capítulos é quando a narrativa dá uma reviravolta, dando alguma acção à mesma, tornando-a interessante na
medida que se quer descortinar quem é o assassino, quem é afinal a pessoa que está por detrás das máscaras
e dos poemas que coloca nas vitimas.
O Monstro de Monsanto lê-se bem, apesar de mais de metade do livro ser de ritmo lento para o
género thriller, ainda assim foi uma leitura da qual gostei.
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