Opinião:
Vidas Roubadas é o
segundo livro de Mary Kubica, é diferente do anterior Não Digas Nada, mas
igualmente muito bom quanto a mim.
A narrativa é contada
do ponto de vista de três personagens, de Heidi, do marido Chris Wood, e da
jovem Willow.
Talvez devido à sua
vida profissional que auxilia quem precisa como assistente social, mas, também
pela forma de ser enquanto pessoa, Heidi não consegue ficar indiferente ao sofrimento
dos outros, ela gosta de ajudar, por isso quando vê uma jovem pouco mais velha
que a filha, na estação de comboios, ao frio com um bebé ao colo, não consegue
abstrair-se ou esquecer essa imagem que viu, é mais forte do que ela. Por
isso uns dias mais tarde sem dar conhecimento ao marido e à sua filha Zoe de
doze anos, leva ambas para casa, correndo o risco de meter alguém desconhecido
no seio da família, sem pensar nas consequências do seu acto.
É em torno destes três personagens que a autora habilmente
tece o enredo desta narrativa, e retrata o que passa nas suas mentes, transmitindo ao
leitor aquela sensação de que nada é o que parece.
A história de vida da
jovem Willow não deixa ninguém indiferente, assim como o mistério em torno do seu passado, em especial as revelações
que vão sendo feitas sobre o que passou, choca quem está a ler.
Por outro lado a sua presença e a da bebé vão despertar e
reabrir feridas em Heidi, que aparentemente estavam saradas, o que provoca uma
mudança nesta personagem que nos surpreende, mostra a fragilidade do ser
humano, mas também que o seu casamento com Chris já teve dias melhores, e isso é evidente à medida que avançamos na leitura, a sua desconfiança, a insegurança, os ciumes.
E apesar de a história ser previsível, a mesma torna-se viciante ao
ponto de manter o interesse do leitor até ao fim, pois queremos saber o que aconteceu
no passado destas personagens.
Vidas Roubadas é sem dúvida um
thriller psicológico perturbador, que nos agarra, pelos temas fortes que a
autora aborda, traumas que deixam marcas profundas, segredos que nos deixam em suspense e que
queremos ver revelados, o que faz com que se leia o livro num ápice. Gostei muito.
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