31/01/2017

A Célula Adormecida, de Nuno Nepomuceno



Opinião:
Gostei imenso da “Trilogia Freelancer”, e foi uma agradável surpresa, quando vi nas redes sociais que o Nuno, no segredo dos deuses ia publicar um novo livro, aliás já estava pronto a sair nas livrarias, com o titulo A Célula Adormecida, a capa está fantástica, a sinopse agradou-me de imediato, pois como já disse muitas vezes, tenho interesse e imensa curiosidade em conhecer outras culturas, e aqui está um livro que me elucidou-o um pouco mais sobre os costumes de um povo do qual sei pouco.
Todos nós sabemos que é o fanatismo, o extremismo que estraga as religiões, mancham a reputação e fazem denegrir a imagem de um povo, e das suas crenças, ao fazerem guerras e matarem em nome do seu Deus, tal como diz o provérbio "paga o justo pelo pecador".
Neste livro somos brindados com um enredo espectacular, com um tema que não podia ser mais actual, já li alguns livros sobre a cultura muçulmana para tentar entender as suas ideologias, crenças, a forma como vivem, e o Nuno conseguiu neste livro trazer alguns ensinamentos e factos que desconhecia, e fez isso de uma forma objectiva  mas com sensibilidade.
Nota-se nitidamente desde o inicio até ao fim do livro, que o autor fez uma pesquisa apurada não só sobre a religião muçulmana, mas sobre politica, terrorismo, factos históricos, isso está patente quer nos detalhes, quer nos personagens, porque a narrativa mistura ficção com realidade, tudo muito bem interligado, chega a ser assustador, pois sabemos que acontece na realidade.
O enredo é arrebatador desde a primeira página, tanto a morte do novo primeiro-ministro português, o que acontece a uma jornalista que se vê em verdadeiros apuros em Istambul, na Turquia, o atentado num autocarro em pleno centro de Lisboa, reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico, (já pensei tantas vezes que não estamos livres de um atendado no nosso país, espero que nunca aconteça), todos estes acontecimentos são narrados num período de tempo especifico, ou seja, durante os 30 dias do Ramadão.
Quanto aos personagens, cativaram-me, desde o protagonista, o enigmático Afonso Catalão, reputado especialista em Ciência Política e Estudos Orientais, à família muçulmana refugiada em Portugal, que não deixa ninguém indiferente, o autor conseguiu com que o leitor se sinta próximo dos problemas que cada um enfrenta diariamente, envolvendo-nos durante toda a leitura.
A Célula Adormecidaé sem dúvida um livro muito bem estruturado, as suas quase seiscentas páginas foram lidas num ritmo galopante, é incrível quando um autor consegue esta proeza de prender o leitor do inicio ao fim, pois não existem momentos parados, lê-se num ápice, e uma coisa que gosto imenso são os capítulos curtos, viciam de tal forma que não se consegue parar, acabamos sempre por ler mais dois ou três sem dar por isso, claro que ajuda muito o facto do enredo ser viciante, cheio de acção, mistério q.b. e suspense. Trata-se de um excelente thriller, muito bom mesmo, por isso recomendo que o leiam. 
Parabéns Nuno!




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