NO CENTENÁRIO DAS APARIÇÕES DA COVA DE IRIA, UMA INVESTIGAÇÃO HISTÓRICA E
JORNALÍSTICA DA MAIS DELIRANTE INTRIGA POLÍTICO-RELIGIOSA DO SÉCULO XX. O OUTRO
LADO DOS SEGREDOS DE FÁTIMA.
Terão
as visões de Lúcia influenciado decisivamente a História do século XX ou
terá a vidente sido usada, durante uma vida inteira de clausura em
conventos, pelos
interesses de várias potências mundiais?
Sobre o livro
Vinte
anos depois das aparições na Cova da Iria, o clero português, por pressão dos
líderes políticos do Estado Novo, influenciou a Irmã Lúcia para que revelasse a
segunda parte do Segredo de Fátima: a Rússia era a causa de todas as guerras e
deveria ser convertida.
O
Vaticano, sob ameaça de Hitler, alteraria pouco depois o texto do depoimento de
Lúcia, focando-se na resistência ao comunismo. A Igreja passou, então, a usar o
Segredo para apelar à insubmissão dos russos ao poder comunista, que perseguia
os católicos. Os Aliados, por seu lado, faziam a sua própria interpretação:
invocando o desejo de conversão dos russos, a Virgem apelava à santidade da
Rússia, encorajando-a a resistir ao invasor alemão.
Depois
de 1945, o texto do Segredo foi novamente alterado. Fátima foi transformada num
baluarte de luta, não contra a Rússia, mas contra o comunismo no mundo,
mensagem utilizada durante a Guerra Fria em toda a diplomacia e espionagem do
Vaticano na Europa de Leste. A seguir, as interpretações do Segredo foram mais
uma vez modificadas, para chegar tanto aos fiéis da Igreja Católica Romana como
aos da Igreja Ortodoxa, num projeto de unificação da cristandade concebido pelo
papado.
Sobre o autor
Paulo Moura é
um escritor e repórter freelancer português, nascido no Porto em 1959. Estudou
História e Jornalismo e, durante 23 anos, foi jornalista do Público.
Exerceu
funções de correspondente em Nova Iorque e de editor da revista Pública,
e tem feito reportagens em zonas de crise por todo o mundo. Fez a cobertura
jornalística de conflitos no Kosovo, Afeganistão, Iraque, Chechénia, Argélia,
Angola, Caxemira, Mauritânia, Israel, Haiti, Turquia,
China, Sudão, Egipto, Líbia e muitas outras
regiões. Ganhou vários prémios (Gazeta, AMI — Assistência Médica Internacional,
ACIDI — Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, Clube
Português de Imprensa, FLAD — Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento,
Comissão Europeia, UNESCO, Lettre
Ulisses, Lorenzo Natali, etc.).
É
professor de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, e
autor de oito livros, entre os quais Depois
do Fim (ed. Elsinore,
2016) — crónica dos principais conflitos armados dos últimos 25 anos, escrita a
partir dos diários de guerra que guardou —, Extremo
Ocidental (ed. Elsinore,
2016) — relato documental da sua viagem de mota pela costa portuguesa — e a
biografia de Otelo Saraiva de Carvalho. Mantém um blogue de reportagens e
crónicas intitulado Repórter
à Solta, bem como o sítio paulomoura.net.
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