14/09/2017

VOGAIS: Que a Força esteja com... Os Diários da Princesa, de Carrie Fisher (Divertido, hilariante e memorável)

«Uma meditação ponderada e sarcástica do preço da fama.» — The New York Times Book Review

Há muito tempo, num estúdio em Inglaterra...

«Passei tantos anos a não contar que eu e o Harrison tivemos um caso durante o primeiro filme Star Wars, que é difícil saber exatamente como contá‑lo agora.»

Quando Carrie Fisher descobriu os diários que manteve durante as filmagens do primeiro Star Wars, ficou surpreendida com o que encontrou: poemas lamurientos, meditações ingénuas, e uma vulnerabilidade que mal conseguiu reconhecer. Hoje, a sua fama enquanto autora, atriz e ícone da cultura pop é indiscutível, mas, em 1977, Carrie era uma adolescente com uma paixão pelo seu coprotagonista, Harrison Ford.

Os excertos partilhados em Os Diários da Princesa (Ed. Vogais | 272 pp | 18,79€ | 18 de setembro) são uma lembrança íntima e reveladora do que aconteceu no set de um dos mais famosos filmes de sempre — e o que se passou nos bastidores. É também uma reflexão sobre as alegrias e a loucura da celebridade, e o absurdo de uma vida nascida na realeza de Hollywood, ultrapassada pela sua própria realeza uma galáxia distante.

Divertido, hilariante e memorávelOs Diários da Princesa proporcionam uma visão perspicaz do tipo de estrelato que poucos alguma vez viverão.
 
​ ​ EXCERTOS
«Eu gostava de ser a Princesa Leia. Ou de que a Princesa Leia fosse eu. Com o tempo, achei que nos fundíramos numa só. Acho que ninguém pode pensar na Leia sem eu estar latente algures. E não me refiro a masturbação. Portanto, a Princesa Leia somos nós.»
«Se eu andasse no liceu em vez de a fazer espetáculos com a minha mãe, teria tido acesso aos locais mais adequados ao aparecimento das minhas emoções de adolescente. Teria vivido uma vida de adolescente. Mas dado não estar a desfrutar dessa vida, passava a vida apaixonada por homens gays. Além do Lynn, também houve o Albert, bailarino no show da Broadway Irene, com a Debbie. Era atraente e gay (apesar de, na minha opinião pouco informada, não se perceber) e costumávamos curtir nos camarins. A minha mãe estava ao corrente, por isso, que merda era aquela? Eu só tinha 15 anos e era um fruto apetecido, mas ilegal. A minha mãe disse:
— Se vais fazer sexo com o Albert, se quiseres eu posso assistir e dar indicações. Para ser justa, nessa altura a minha mãe andava mesmo de cabeça perdida. Toda a vida dela se desmoronava, por isso ela tentava escora‑la providenciando algum amor de mãe aberto e/ou excêntrico.» 

SOBRE A CARRIE FISHER
Carrie Fisher foi atriz, escritora e humorista. De nacionalidade americana, foi famosa desde o seu nascimento, em 1956, fruto da celebridade dos pais, Debbie Reynolds e Eddie Fisher. Tornou-se um ícone de impacto mundial ao interpretar a Princesa Leia na série Star Wars, papel que a havia de acompanhar ao longo de toda a vida e carreira, e que levaria a Disney a atribuir-lhe o título de Disney Legend postumamente, em 2017.
Combateu, ao longo da vida, o distúrbio bipolar que lhe foi diagnosticado, e tornou-se uma das vozes públicas mais importantes a advogar pela causa das doenças mentais. Faleceu, de ataque cardíaco, em dezembro de 2016. 


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