O Estranho Caso de Benjamin Button de F. Scott Fitzgerald

O Estranho Caso de Benjamin Button
de F. Scott Fitzgerald
Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 76
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722340533
Coleção: Grandes Narrativas

"No longínquo ano de 1860 a maneira correcta de nascer era em casa. Presentemente, segundo me dizem, os sumo-sacerdotes da medicina decretaram que os primeiros vagidos dos recém-nascidos devem ser soltos no ar antiestético de um hospital, de preferência de um hospital em voga. Por isso, Mr. e Mrs. Roger Button estavam cinquenta anos à frente do estilo da época quando, num dia do Verão de 1860, decidiram que o seu primeiro bebé nasceria num hospital. Jamais se saberá se este anacronismo teve alguma influência na espantosa história que estou prestes a contar."

Num nascimento aparentemente normal quando Mr. Roger Buttom (pai) vai visitar sua cria denota logo na recepção do hospital alguma estranheza, mais atónico fica quando lhe é apresentado seu filho, um velho com idade muito avançada e já de cabelo rareado e esbranquiçado. A partir deste momento Benjamin Button o filho prodígio irá viver a sua vida no sentido inverso ao normalmente pressuposto entre nós, os humanos.

À medida que o tempo avança, e este num compasso constante, avança para todos, Benjamin vai ficando cada vez mais ágil, astuto, vigoroso, insensível, brincalhão, infantil... 

Scott Fitzgerald sem uma elaboração muito aprofundada das personagens cria situações que pendem a ser estimulantes, divertidas, caricatas, sérias, ou mesmo graves. A genialidade esta em conseguir compactar tudo isto em 76 páginas de puro gozo e sem que o leitor se sinta vazio.

Um livro que, realmente, faz mexer com a nossa massa cinzenta e questionar alguns aspectos evidenciados por nós, imaginem Benjamin um filho que nunca o foi por ser velho de mais e um pai que nunca o deixaram ser por ser novo de mais, excluído em ambos os casos. Um livro repleto de pequenas vidas. 

Um pequeno conto da autoria de F. Scott Fitzerald que segundo li pela blogosfera foi inspirado numa frase de Mark Twain: "Life would be infinitely happier if we could only be born at the age of eighty and gradually approach eighteen" o que faz todo o sentido.

Este livro conquista-nos pela simplicidade de escrita e pelas suas profundas frases.